Profundidade de embarcação metálica descoberta em obra da COP 30 em Belém deve ser determinada após estudos, diz Iphan


Achado arqueológico foi descoberto na segunda-feira (12), nas obras do canal da Doca e construção do Parque Linear. Iphan informou que o objeto é único para a região. Achado arqueológico é identificado em obras do Parque Linear da Doca
A profundidade da embarcação metálica descoberta em uma das obras da COP 30, na avenida Visconde de Souza Franco (Doca), em Belém, só será determinada após a conclusão dos estudos realizados pelo Iphan.
O objeto arqueológico foi descoberto na segunda-feira (12), por uma equipe de pesquisa da empresa contratada para realizar o acompanhamento das obras do canal da Doca e construção do Parque Linear.
“Nós temos a proa de uma embarcação que provavelmente siga até algum determinado espaço da avenida. A profundidade nós só vamos conseguir verificar após os estudos que nós estamos encaminhando”, informa Cristina Vasconcelos, superintendente do Iphan no Pará.
Embarcação metálica é descoberta em obra da COP 30, em Belém
O arqueólogo Augusto Miranda, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, explica que a equipe deve voltar ao local para analisar e preparar um projeto de salvamento arqueológico para garantir a conservação e a retirada segura da proa da embarcação.
“Vamos fazer as pesquisas para evitar a degradação e posteriormente uma musealização, que é um outro projeto”, diz Augusto.
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A proa da embarcação foi localizada na subsuperfície, na borda do canal. As condições climáticas da região podem dificultar o trabalho de retirada e preservação do artefato.
“Nós temos as intempéries de tempo, de água, de chuva, de vento, de ar, tudo isso pode trazer oxidação ao material encontrado e isso pode realmente ir danificando e causando um certo transtorno para a retirada de lá”, informa Cristina Vasconcelos.
Achado é considerado único
O Iphan informou ainda que o objeto arqueológico é único, pois, até o momento, ainda não havia notícias sobre achados do gênero, encontrado a partir de escavações arqueológicas em contextos de licenciamento para obras públicas no Centro Histórico de Belém.
“A embarcação nos possibilita refletir acerca da história da formação urbana da cidade e como, ao longo do tempo, a sociedade mudou suas relações com os rios e igarapés que eram as vias de locomoção, antes do aterramento e asfaltamento de Belém”, disse o Iphan.
O Instituto lembrou ainda que a descoberta representa uma reflexão sobre o local que já foi um importante entreposto econômico e portuário na cidade em séculos passados e se tornou um bairro comercial e habitacional, dissociado da identidade portuária.
Nova Doca e Parque Linear, em Belém, COP 30.
Bruno Cecim/Agência Pará
Doca e Parque Linear
As intervenções no canal da avenida Visconde de Souza Franco (Doca) estão divididas em módulos. Nesta etapa, as obras estão ocorrendo no perímetro entre a avenida Marechal Hermes e a rua Belém.
Em 1,2 quilômetro de canal serão executados drenagem, paisagismo, urbanização e construção de passarelas, substituição de seis comportas para controle de água de maré para evitar inundações. Ao longo da Nova Doca serão implantados mirantes, quiosques de alimentação, parque infantil, academia ao ar livre e espaços de contemplação integrados à paisagem do canal.
Nova Doca e Parque Linear, em Belém, COP 30.
Divulgação
O projeto inclui o plantio de cerca de 200 árvores de grande porte e mais dez mil unidades de arbustos e forragem – plantas pequenas. Também serão pavimentados mais de 2,4 km da avenida Visconde de Souza Franco e construídos sistema de drenagem profunda e superficial de chuva, rede de esgoto sanitário, tubulação de água potável, ciclovia e sistema de energia limpa. A água que corre pelo canal será despoluída e o lançamento de dejetos no córrego será mitigado.
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