Força-tarefa vai investigar a execução de delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos


Antônio Vinícius Gritzbach aguardava julgamento pela acusação de mandar matar dois integrantes do PCC – o que ele negava. Gritzbach, no entanto, confessou ao Ministério Público que lavou dinheiro para a facção criminosa. Força-tarefa vai investigar a execução de delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos
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Uma força-tarefa vai investigar o assassinato do delator do PCC em Guarulhos.
A força-tarefa é composta pelas polícias Civil e Militar de São Paulo, pela Polícia Científica e pela Polícia Federal.
Peritos coletaram material genético no carro usado no ataque e trabalham para verificar se os tiros que mataram o delator vieram das armas encontradas no sábado (9), perto do local onde o veículo foi abandonado.
Peritos verificam se tiros que mataram delator vieram das armas encontradas no sábado (9)
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Antônio Vinícius Gritzbach foi executado na tarde de sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele chegava de uma viagem a Maceió junto com a namorada e um segurança. Dois homens encapuzados desceram de um carro preto e dispararam contra Vinícius, que morreu na hora.
Outras três pessoas ficaram feridas. Uma delas, o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil e faleceu no sábado (9) à noite. Ele foi enterrado nesta segunda-feira (11), era casado e tinha três filhos.
“Como eu vou criar meus filhos sozinha, sem ele? Como eu vou sustentar meus filhos sem ele?”, afirma a viúva de Celso Araújo, Simone Dionísia Fernandes.
Motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos,
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Gritzbach aguardava julgamento pela acusação de mandar matar dois integrantes do PCC. Ele negava esse crime, mas confessou ao Ministério Público que lavou dinheiro para a facção criminosa. Em um acordo de delação premiada, relatou esquemas do PCC e denunciou policiais civis por corrupção.
O Ministério Público informou que Gritzbach não quis a proteção do Estado. Em vez disso, pagava para policiais militares atuarem como seguranças particulares. A conduta desses policiais é investigada.
“O simples fato de realizarem um serviço extra corporação já configura uma transgressão disciplinar, que não é permitida. Além disso, estavam fazendo isso para um indivíduo criminoso. Não há que se falar apenas de transgressão disciplinar, mas sim do eventual cometimento de um crime militar por parte desses PMs. Não só os que estavam ali realizando a escolta nesse dia, mas eventualmente de outros policiais militares envolvidos com qualquer indivíduo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital”, afirma Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo.
Antônio Vinícius Gritzbach
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Segundo a polícia, o delator trouxe da viagem R$ 1 milhão em joias. A investigação, agora, apura se ele havia recebido os itens como pagamento de uma dívida.
Segundo a polícia, o delator trouxe da viagem R$ 1 milhão em joias
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Os investigadores também querem saber se os atiradores tiveram ajuda de alguém para indicar o momento em que Gritzbach estava a caminho da saída do aeroporto. A Polícia Civil de São Paulo apreendeu os celulares dos seguranças e da namorada dele para verificar se há conversas que indiquem essa informação. Além disso, a Polícia Federal já solicitou informações sobre os passageiros do voo que trouxe Antônio Vinícius de Alagoas para São Paulo.
Em entrevista à GloboNews, o procurador-geral de Justiça de São Paulo afirmou que o Ministério Público também atuará na força-tarefa.
“Nós temos que mostrar que somos mais organizados que o próprio crime organizado. Isso se demonstra por meio de muita inteligência, estratégia e cooperação”, diz Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
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