Efeito Rebeca Andrade: academia do interior de SP vê aumento na procura por aulas de ginástica artística após ouro olímpico


Buscas por aulas de ginástica artísticas aumentaram após a ginasta conquistar medalha de ouro nas Olímpiadas de Paris. Professora de Sorocaba (SP) conta quais benefícios a atividade traz para o desenvolvimento da criança. Academia de Sorocaba (SP) oferece aulas de ginástica artística para crianças a partir de um ano
Redes Sociais/Reprodução
A conquista da medalha de ouro pela ginasta Rebeca Andrade nas Olímpiadas de Paris não foi significativa apenas para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas também para as futuras gerações que enxergam na medalhista uma inspiração para iniciar no esporte.
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Em Sorocaba (SP), uma academia notou um aumento expressivo na procura por aulas de ginástica artística depois que a brasileira Rebeca “brilhou” na Arena Bercy, em Paris. Além do ouro no solo, ela conquistou duas pratas, no salto e no individual geral, e um bronze por equipes, conquistado por Rebeca, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira.
Segundo Ana Luiza Martins Stramandinoli, proprietária da academia e professora de ginástica artística, quando os jogos olímpicos começaram, as redes sociais do estabelecimento passaram a ter mais engajamento. O ouro conquistado por Rebeca foi a “cereja do bolo”.
“Logo depois da medalha de ouro, 28 pessoas nos procuraram querendo agendar uma aula experimental. Antes, tínhamos uma média de cinco aulas experimentais por semana, esse número subiu para 20”, relata Ana.
Ana Luiza Martins Stramandinoli, professora de ginástica artística e proprietária de academia em Sorocaba (SP)
Arquivo Pessoal
Contratações de última hora
Com o objetivo de atender essa demanda, que pegou Ana e o marido Kintan Tomi Widjaya de surpresa, o casal precisou contratar professores e colaboradores para área administrativa.
“Para que, mesmo com a chegada desses novos alunos, a gente consiga manter a qualidade das aulas e atender todo mundo.”
Segundo a professora, a maior procura surgiu de famílias de meninas, mas meninos também se mostraram interessados em iniciar no esporte.
Para Ana, ver atletas competirem nas olimpíadas, independentemente do esporte, faz com que as pessoas percebam o que o corpo humano é capaz de fazer.
“Mostra que nosso corpo é capaz de atingir níveis altíssimos. Fazer saltos e giros. Algo que se assemelha a um super-herói.”
Rebeca Andrade, ouro no solo nas Olimpíadas, é reverenciada pelas americanas Biles e Chiles no pódio durante a entrega das medalhas
André Durão/ge
Brincadeira levada a sério
A academia tem cerca de 200 alunos. Além da ginástica artística, o local oferece aulas de parkour e dança.
Segundo Ana, a ginástica artística pode ser praticada a partir de um ano de idade. “A ginástica artística é uma atividade que, nos níveis iniciais, envolve habilidades físicas que toda criança gosta de fazer, como estrelinha, rolamentos, girar, se pendurar, se equilibrar. As crianças quando conhecem a modalidade já se interessam. Para aumentar o interesse, deixamos o ambiente todo colorido, com equipamentos alegres e apropriados para a prática.”
A professora ressalta que a prática esportiva ajuda muito o desenvolvimento da criança durante a infância.
“Muitas famílias relatam que as crianças tiveram alta de tratamentos psicológicos, fisioterapia, entre outras áreas da saúde por conta da prática. Vejo uma diferença gigantesca em questão física, comportamental, controle emocional e de habilidades sociais entre pessoas que praticam e não praticam atividades físicas ou esportes.”
Na academia de Ana, os equipamentos femininos são divididos em quatro modalidades:
Solo;
Salto;
Trave;
Barra.
“Utilizamos o solo para fazer as aulas, que pode ser com mola, tatame ou sarneige, que é um colchonete grande”, explica.
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Motivação para competir
Alice Dias Chaves, que é aluna da professora Ana, pratica ginástica artística desde os quatro anos de idade. Hoje, com sete, a pequena ginasta já alcança nível competitivo, conta a mãe Milene Aparecida Dias Chaves.
“A minha filha mais velha, Helena, começou a colocar vídeos de apresentações no Youtube e as duas ficavam copiando os movimentos. Daí, começaram a pedir pra fazer aulas de ginástica artística. A princípio, ficaram só três meses, mas pegaram gosto pela prática e continuam até hoje. A Helena só pratica por ‘hobby’, mas a Alice se desenvolve cada vez melhor. Ela é muito boa no esporte.”
Helena e Alice, irmãs ginastas de Sorocaba (SP)
Arquivo Pessoal
Rebeca, inspiração
E se o desejo de brilhar no esporte já existia nos sonhos de Alice, acompanhar as Olimpíadas aumentou ainda mais o desejo da menina de um dia subir ao pódio.
“Ela se motivou a treinar mais. E tem o sonho de conhecer a Rebeca Andrade pessoalmente.”
A inspiração foi tanta que Alice até gravou uma performance enquanto assistia Rebeca se apresentar nas Olímpiadas de Paris (assista abaixo).
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Buscas no Google
A ferramenta Google Trends, que funciona como um “termômetro” para assuntos em alta, mostra que no dia 1º de agosto, data em que Rebeca Andrade ganhou medalha de ouro, o interesse por “aulas de ginástica artística” atingiu 69 pontos. O “pico” foi no dia 5 de agosto, quando atingiu 100 pontos.
Conforme o Google, a maioria das pesquisas foi feita em São Paulo.
Buscas pelo termo “aulas de ginástica artística” teve aumento expressivo nos dias de apresentação do esporte nas Olímpiadas de Paris
Google Trend/Reprodução
Aulas gratuitas em Jundiaí
Em Jundiaí, famílias que desejam ver os filhos praticando ginástica artística podem inscrever os pequenos nas escolas da prefeitura. As aulas são gratuitas para meninos e meninas a partir dos seis anos. Atualmente, cerca de 630 alunos fazem aula duas vezes por semana.
Segundo a prefeitura, a atividade é oferecida nos Complexos Esportivos Romão de Souza, Dal Santo, Siqueira Neto, Benedito de Lima, Antonio de Lima, José de Marchi, e Vanderlei Sperandio, além das Unidades de Apoio Cecco Vila Marlene e Casa da Fonte, no Novo Horizonte.
No momento, não há vagas para novos alunos, mas as famílias podem procurar o complexo esportivo perto da sua residência no início do ano e deixar o nome do interessado.
A modalidade é oferecida pela prefeitura há mais de 30 anos e milhares de ginastas já passaram pelas escolinhas de Jundiaí.
Equipe feminina de ginástica artística comemora bronze na disputa por equipes das Olimpíadas de Paris
AFP
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