Tasha & Tracie exaltam conexão entre a moda e o rap: “Extensão do que você é”

O reality musical Nova Cena chegou ao catálogo da Netflix na última terça-feira (12) com a promessa de eleger o próximo nome de destaque na cena do rap nacional, sob o julgamento de Djonga, Filipe Ret e as irmãs Tasha & Tracie.

Ao longo dos quatro primeiros episódios, o público conheceu os 18 participantes que integram o elenco da disputa em busca de alcançar a visibilidade musical, além de uma participação na série “Sintonia”, e o prêmio de R$ 500 mil para impulsionar a carreira.

Frente a cada uma das etapas da competição, um dos pontos altos ficou por conta do estilo único dos artistas, provando, mais uma vez, que a relação entre a moda e a música é inabalável.

Dentro do movimento hip hop, com criação datada no final dos anos 1970, no Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, a estética se apresenta como elemento de destaque, a partir de diferentes itens como jaquetas bombers, peças oversized, logomania, tênis, óculos escuros, mix de joias e bonés.

Em conversa com a CNN, as irmãs Tasha & Tracie, explicam como o elemento visual foi usado como critério para manter os competidores na disputa.

“Como o hip hop vem da música jamaicana e da música disco, tem potências muito visuais, então a moda sempre importou, mas não no sentido de valor, e sim de ser reconhecido por ser de área x, por exemplo, e se vestir assim. Além disso, também traz muito da nossa própria individualidade“, conta Tasha.

A rapper também lembra que, alguns artistas precisam construir essa “imagem” ao longo da carreira e, no programa, isso foi um ponto de alerta.

“Consideramos que eram artistas que ainda não estavam prontos para receber o prêmio. São pessoas que ainda precisam ser lapidadas. Então analisamos bastante a pessoa trazer essa personalidade no visual, na criatividade, e aqueles que também se esforçaram para desenvolver esse aspecto ao longo do desafio”, acrescenta.

Já Tracie afirma que o primeiro contato entre o grupo de jurados e os participantes se deu com as roupas que eles vieram de casa. “Aquilo causa uma primeira impressão e, com todo o contexto, faz ser ainda mais especial, faz com que a gente conheça ainda mais aquele artista”.

“Depois, eles trabalharam com a estilista do programa e tiveram voz para fazer as próprias escolhas. A gente valorizou muito isso, reforçando que a moda conta, não no sentido fútil, mas como uma extensão do que você é. Todo mundo ali estava vestindo a sua própria personalidade. Não teve aquilo de se fantasiar de algo que não é para aparecer na TV”, garante.

A artista também diz que, muito do preconceito ainda hoje enraizado na sociedade frente ao movimento hip hop e, consequentemente, o rap, está naqueles que dizem ser muito fácil de fazê-lo.

“São pessoas que acham ser muito simples, acreditam que não tenha musicalidade e não considera a gente como músico, como talentoso o suficiente. Lá, a gente consegue mostrar que não é só gostar de música. É difícil demais fazer um bom rap, com uma boa estrutura e uma boa melodia”, diz.

“A gente tem muito cuidado. Então, talvez, todo esse contexto contribua para que o preconceito seja quebrado”, adiciona.

Djonga concorda. “O cenário melhorou? Melhorou. É muita gente que faz arte. Quem consegue algo coisa com arte, de modo geral, é privilegiado. Nós somos minoria”, conclui.

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