Testemunha: “Ele deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”

Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) afirmou ter visto Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, acoplando um artefato explosivo à própria cabeça, momentos antes de explosão fatal em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quarta-feira (13).

O relato consta no boletim de ocorrência registrado após o atentado na Praça dos Três Poderes, ao qual a CNN teve acesso.

A pessoa, que trabalha no apoio da segurança da Corte, mas cuja identidade será preservada, informou às autoridades que foi em direção ao local após “ter ouvido cerca de duas explosões no sentido do estacionamento da Câmara dos Deputados”.

Ainda segundo a testemunha, ao chegar no estacionamento, viu Francisco se aproximar e parar em frente à Estátua da Justiça — uma escultura instalada na fachada da sede da Suprema Corte.

“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua”, continua o depoimento.

“O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, abriu a camisa e os advertiu para não se aproximarem.” Em seguida, a testemunha viu um objeto semelhante a um relógio digital, que acreditou se tratar de uma bomba.

Na sequência, Francisco “pegou um extintor, desistiu e o colocou no chão”. Depois, “saiu com os artefatos para a lateral e lançou dois ou três artefatos, que estouraram.

A testemunha, que estava sozinha no momento dos acontecimentos, informou que solicitou apoio imediato. Disse, ainda, que as explosões aconteceram em momentos próximos, mas que “em relação ao carro ouviu apenas o barulho e não visualizou detalhes”.

Francisco, então, “deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”.

Após as explosões, autoridades permaneceram no local durante toda a noite realizando uma operação de varredura antibombas. A polícia também atuou para desativar os artefatos plugados no corpo de Francisco, que permaneceu no local do atentado até a manhã desta quinta-feira (14).

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também ativou o Plano Escudo, que permite a atuação do Exército nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto sem uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Francisco foi candidato a vereador pelo PL no município de Rio do Sul, em Santa Catarina, em 2020, mas não foi eleito. Ele também já havia sido preso em dezembro de 2012, pelo crime de contravenção. Foi apurado, ainda, que ele alertou previamente sobre os atentados.

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