Novas imagens mostram o planejamento e o trajeto do homem que detonou explosivos em frente ao STF


Imagens obtidas pela TV Globo mostram o caminho de Francisco Wanderley até as explosões na Praça dos Três Poderes. A Polícia Federal vai pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático para reconstruir todos os passos dele e identificar se alguém o ajudou no atentado. Novas imagens mostram o planejamento e o trajeto de Francisco Wanderley
Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal já está analisando todo o material apreendido depois do atentado na praça dos Três Poderes. Os investigadores querem reconstituir passo a passo a ação de Francisco Wanderley Luiz.
Imagens mostram Francisco Wanderley uma semana antes do ataque ao Supremo Tribunal Federal, no dia em que comprou os fogos de artifício que usou para explodir o carro estacionado perto do Congresso.
A loja fica em Ceilândia, mesma cidade onde ele alugou uma quitinete, a 30 quilômetros de Brasília.
Francisco foi atendido pelo dono da loja, Fernando Barramansa. Ele contou que Francisco foi à loja dois dias seguidos: 5 e 6 de novembro.
No primeiro dia, comprou um artefato menor. Mas voltou no dia seguinte para comprar fogos de artifício com uma potência maior. Ao todo, ele gastou 1.545 reais.
“Ele disse que era um evento, que o pequenininho que ele tinha comprado no dia anterior não ia pegar bem, que queria uma coisa mais bonita pra turma dele lá. Não falou local, não falou mais nada”, conta Fernando Barramansa ao Jornal Nacional.
O dono da loja disse que estranhou a venda de um artefato tão grande nessa época do ano. Percebeu que Francisco Wanderley parou o carro longe da loja, estava um pouco nervoso e que não quis a nota fiscal do produto.
“É uma peça que a gente não solta ela numa época dessa, a não ser igreja, mas igreja não compra esse tipo de produto. No dia que ele veio buscar uma tocha maior, eu notei ele assim um pouco preocupado, olhava pra trás, olhava pros lados”, afirma Barramansa.
A Polícia Federal, que foi até a loja de fogos de artifício, está localizando e ouvindo pessoas que tiveram algum contato com Francisco Wanderley em Brasília. Hoje, além do dono da loja, os agentes ouviram a dona da casa que Francisco Wanderley alugou e uma pessoa em situação de rua que teve contato com ele.
A PF também busca mais imagens de lugares — de lojas a prédios públicos — por onde o autor do atentado pode ter passado nos últimos dias.
O trajeto
A perícia já conseguiu identificar todo o trajeto feito pelo autor das explosões, momentos antes do ataque na Praça dos Três Poderes.
Francisco Wanderley saiu do carro, estacionado próximo ao Anexo Quatro da Câmara dos Deputados, e atravessou o túnel que liga os anexos ao prédio principal do Congresso.
Reconstituição mostra trajeto do homem até atentado
Reprodução/TV Globo
Às 19h25, ele chegou a outro estacionamento, que fica em frente a uma das entradas da Câmara.
De lá, a perícia descobriu que Francisco Wanderley voltou a atravessar a rua, agora entre os carros.
Novas imagens obtidas pela TV Globo mostram que ele desceu o Eixo Monumental pela calçada e passou por um ponto de ônibus.
Quando desaparece dessa imagem, ele já está na Praça dos Três Poderes, onde fica o prédio do Supremo Tribunal Federal. São pouco mais de 360 metros de caminhada.
Na Praça dos Três Poderes, o prédio do Supremo Tribunal Federal segue cercado de grades, depois do ataque de quarta-feira. Segundo o STF, a proteção ficará lá por tempo indeterminado.
A Polícia Federal também está avançando na perícia do celular de Francisco Wanderley Luiz, encontrado no trailer que ele alugou e que ficava próximo à Esplanada dos Ministérios.
A PF vai pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Francisco, para reconstruir todos os passos dele e identificar se alguém o ajudou no atentado.
A ex-mulher e um dos filhos de Francisco Wanderley já foram ouvidos pela PF em Rio do Sul, Santa Catarina.
Amanhã, a Polícia Federal vai ouvir mais quatro depoimentos.
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