Enviado dos EUA viaja a Israel para aprovar cessar-fogo com Hezbollah

O enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, disse que viajará para Israel nesta quarta-feira (20) para tentar garantir um cessar-fogo que ponha fim à guerra com o grupo libanês Hezbollah, após declarar progresso nas negociações em Beirute.

Hochstein, que chegou um dia antes em Beirute, afirmou ter visto uma “oportunidade real” de acabar com o conflito após o governo libanês e o Hezbollah concordarem com uma proposta de cessar-fogo dos EUA, embora com algumas ressalvas.

“A reunião de hoje foi construída sobre o encontro de ontem e fez um progresso adicional”, disse Hochstein após sua segunda conversa com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, endossado pelo Hezbollah para negociar.

“Então, viajarei daqui a algumas horas para Israel para tentar encerrar isso, se pudermos”, expressou o enviado.

 

A diplomacia visa acabar com um conflito que causou devastação massiva no Líbano desde que Israel partiu para a ofensiva contra o Hezbollah em setembro, montando ataques aéreos em grandes partes do país e enviando tropas.

O governo israelense diz que seu objetivo é garantir o retorno para casa de dezenas de milhares de pessoas deslocadas do norte, devido aos ataques de foguetes do Hezbollah, que abriu fogo em apoio ao Hamas no início da guerra de Gaza, em outubro de 2023.

O Hezbollah, ainda se recuperando da morte de seu líder Hassan Nasrallah e outros comandantes, manteve Israel, incluindo Tel Aviv, como alvo esta semana.

Os combatentes do grupo estão lutando contra tropas israelenses ao sul do país.

Embora a diplomacia para acabar com a guerra de Gaza tenha estagnado, o governo Biden planeja selar um cessar-fogo no conflito paralelo no Líbano antes que o presidente eleito Donald Trump tome posse em janeiro.

“Vamos trabalhar com a nova administração e discutir isso com eles. Os sucessores estarão totalmente cientes de tudo o que estamos fazendo”, disse Hochstein.

Entenda os conflitos no Oriente Médio

Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.

Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.

No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Enviado dos EUA viaja a Israel para aprovar cessar-fogo com Hezbollah no site CNN Brasil.

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