Falta de transparência na eleição deixa países da América Latina perto de uma ruptura com a Venezuela


O Estados Unidos acusaram o regime de Nicolás Maduro de manipulação eleitoral. Falta de transparência na eleição deixa países da América Latina perto de uma ruptura com a Venezuela
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O Estados Unidos acusaram o regime de Nicolás Maduro de manipulação eleitoral. A falta de transparência gerou críticas da comunidade internacional e deixou países da América Latina mais perto de uma ruptura com a Venezuela.
O Panamá decidiu suspender as relações diplomáticas com a Venezuela até que seja feita uma revisão dos resultados da eleição. O governo panamenho anunciou a retirada dos diplomatas de Caracas.
O presidente da Argentina, Javier Milei, escreveu nas redes sociais:
“Ditador Maduro, fora! A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que é difícil acreditar nos resultados publicados pelo regime de Maduro. Boric afirmou que observadores internacionais não receberam as atas das seções eleitorais para verificar os números.
“Até que isso aconteça, nós, como país, vamos nos abster de reconhecer o resultado”, disse o líder chileno.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, ironizou que Maduro iria ganhar independentemente do resultado:
“Não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar a ele”.
Falta de transparência na eleição deixa países da América Latina perto de uma ruptura com a Venezuela
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Na Colômbia, país vizinho que abriga quase 3 milhões de venezuelanos, o chanceler pediu uma auditoria independente da contagem dos votos.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, declarou que é vital assegurar a transparência da eleição, incluindo o acesso às atas de votação das seções eleitorais. O governo de Maduro tinha aceitado receber uma delegação do bloco europeu para acompanhar as eleições, mas depois mudou de ideia e retirou o convite. O mesmo aconteceu com outros observadores internacionais.
A Alemanha mostrou preocupação com os relatos de que apoiadores da oposição foram impedidos de participar da contagem de votos.
Países aliados do regime reconheceram o resultado anunciado por Maduro. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou o venezuelano pela vitória, assim como os presidentes de Cuba, Miguel Diaz Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega, e o regime do Irã. Na China, o porta-voz do governo felicitou Maduro. Disse que os dois países se apoiam mutuamente e que Pequim quer fortalecer essa parceria.
Autoridades do governo americano acusaram o regime de Maduro de repressão e manipulação eleitoral e criticam a decisão de declarar um vencedor sem apresentar números detalhados da votação. Para os Estados Unidos, isso tirou qualquer credibilidade do resultado. Uma autoridade disse ao Jornal Nacional que o resultado não condiz com a contagem de outras fontes.
Em um telefonema com jornalistas, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca não descartou possíveis sanções, mas disse que os Estados Unidos e outros países vão continuar pressionando autoridades eleitorais na Venezuela a divulgarem imediatamente a apuração completa dos votos.
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