Operação investiga homofobia, peculato-desvio, corrupção e lavagem de dinheiro na Secretaria Municipal de Obras de Formiga


Investigação começou após descoberta de esquema de horas-extras fraudulento dentro do Executivo, segundo o Gaeco. Mandados de busca e apreensão e medidas cautelares diversas da prisão foram cumpridos nesta segunda-feira (25). Documentos foram apreendidos na Prefeitura de Formiga e serão periciados
Promotoria de Justiça/Divulgação
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta segunda-feira (25) a operação “Bilocação”, que investiga crimes de homofobia, peculato-desvio, corrupção e lavagem de dinheiro na Secretaria Municipal de Obras de Formiga.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão. A operação conta com participação das 2ª e 3ª Promotorias de Justiça de Formiga e das polícias Militar e Civil.
Os nomes dos envolvidos no esquema não foram divulgados. O g1 entrou em contato com a Prefeitura para se posicionar sobre o assunto e aguarda retorno. Os nomes dos envolvidos no esquema não foram divulgados.
Segundo o Gaeco, as investigações continuam para apurar o envolvimento de outros servidores e o impacto financeiro do esquema nos cofres públicos.
🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Centro-Oeste de MG
Início da investigação
As apurações começaram há cerca de um ano e meio, após a comprovação de que o responsável por um dos setores da Secretaria de Obras lançou horas extras não realizadas por outro servidor.
O objetivo era beneficiar o colega para que ele gravasse e divulgasse um áudio com mensagens de cunho sexual direcionadas a um vereador de Formiga, cujo nome não foi divulgado.
A partir dessa denúncia, foi desvendado um esquema mais amplo de pagamento de horas extras não cumpridas e outros crimes contra a administração pública.
Peculato e corrupção
De acordo com o Gaeco, o responsável pelo setor administrativo da Secretaria de Obras, em conjunto com outros servidores, montou um esquema em que horas extras fictícias eram registradas. Os valores pagos indevidamente eram então repartidos entre os envolvidos, prática conhecida como “rachadinha”.
As investigações indicaram que o esquema começou em 2020 e que, desde então, os valores pagos em horas extras cresceram significativamente em comparação com anos anteriores.
Além disso, foi identificado que o responsável pelo setor solicitava propina para autorizar a conversão de férias em dinheiro para outros servidores, configurando o crime de corrupção.
Nome da operação
O nome “Bilocação” faz referência a relatos de santos católicos, como São Pio de Pietrelcina (Padre Pio), que, segundo a tradição, conseguiam estar em dois lugares ao mesmo tempo. No contexto da operação, o termo simboliza os servidores que recebiam por horas extras enquanto estavam em casa.
📲 Siga o g1 Centro-Oeste MG no Instagram, Facebook e X
VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.