Belo sobre vida atrás das grades: “Do dia para noite, eu não tinha mais nada”

Batizada de “Belo, Perto Demais da Luz”, a série documental do cantor chegou ao catálogo do Globoplay nesta quarta-feira (28), apresentando ao público épicos momentos de sua trajetória na musical e, consequentemente, os ganchos da vida pessoal.

Entre os destaques, a produção se debruça sobre o período em que o pagodeiro viveu atrás das grades. Ao todo, o cantor foi preso por três vezes, desde 2002.

 

A primeira, aconteceu em junho daquele ano, sob suspeita de envolvimento com traficantes. Na época, ele passou 37 dias na Delegacia Antissequestro (DAS).

Já em novembro de 2004, o cantor foi detido novamente – desta vez em sua casa, após ser condenado a oito anos em regime fechado pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. O direito de liberdade condicional só foi concedido em 2007.

“Quem é artista popular, sabe que tem que falar com todo mundo. O grande erro dele [Belo] foi ter dado o telefone da residência dele para um traficante. Ele sabe que ele errou”, afirmou Alfredo Santana, atual empresário do músico, durante as gravações.

“Ter falado no telefone, por pouquíssimo tempo, com esse cara [traficante] foi o grande erro cometido na minha vida”, acrescentou Belo.

“A gente nasceu para ser do mundo, o que vivi foi muito ruim, muito triste. Eu tinha tudo e, ao mesmo tempo, eu não tinha mais nada. Do dia para a noite, eu não tinha mais nada. Você se vê encarcerado, num local de dez metros, sem poder sair a hora que você quiser, sem poder falar. Isso é horroroso. Eu não desejo nem para o meu pior inimigo”, garantiu o pagodeiro na série.

Belo também descreveu o sentimento ao deixar o local. “Na verdade, você pode ir e vir para onde quiser, na hora que quiser, é fantástico. Isso não tem dinheiro que pague. [Podem] me oferecer para viver o que eu vivi e ser trilionário, eu não quero. Quero ser duro, mas poder sair, fazer o que eu quiser, poder respirar”.

“Eu criava uns passarinhos quando eu morava no [condomínio] Maramar, quando chegava de manhã, eu cantava e o passarinho também. Quando aconteceu esse problema comigo, a primeira coisa que fiz foi abrir a gaiola e soltar tudo, nunca mais deixo um passarinho cantar preso. Eu acho horroroso. A coisa mais triste do mundo”, admitiu.

No entanto, em 2021, durante a pandemia de Covid, ele voltou a ser detido rapidamente sob a justificativa de ter promovido aglomeração em um show no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

O cantor foi solto após conseguir um habeas corpus, já que a Justiça entendeu não haver necessidade de prisão preventiva.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Belo sobre vida atrás das grades: “Do dia para noite, eu não tinha mais nada” no site CNN Brasil.

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