Aos 61, Cassio Scapin celebra vitalidade: “Me recuso a ir à fila de idosos”

Cassio Scapin não é mais o garoto de 28 anos que está eternizado na memória da maioria dos brasileiros como o Nino do “Castelo Rá-Tim-Bum”. Hoje, com 61 anos, ele se orgulha de tudo que conquistou no decorrer dos anos e consegue se sentir satisfeito com o que vê no espelho. O ator diz à CNN Brasil que tem uma rotina intensa de exercícios físicos e que não se incomoda por ter chegado à terceira idade.

Ele completou mais um ano no último dia 11 de dezembro e reflete que passar a barreira das seis décadas de vida significa fazer uma “checagem violenta” do que construiu. O intérprete de Nino declara que prefere não ser saudosista dos fatos que já passaram, mas focar em tudo que constrói agora e nos resultados que tem neste momento.

“Não quero pensar que é um acúmulo de experiências. Eu acho que tem a ver com um exercício de liberdade que antes eu não tinha. É muito libertador passar dos 60 anos em alguns sentidos: vejo o quanto perdi tempo com bobagens com algumas coisas que não faziam sentido, a gente se importa menos com as opiniões alheias, se importa mais com nossas dúvidas, nossa maneira de viver… acho que depois dos 60 anos isso veio forte, principalmente para entender que a vida é aqui e agora”, detalha.

“É maravilhoso ter 61 anos, mas eu me recuso a entrar em fila de idosos… eu não vou! Sou um cara de 61 que não precisa disso. Posso esperar em pé tranquilamente. É importante pensar que não sou só eu que tenho essa idade… o Brasil está envelhecendo”, completa.

Essa vitalidade se deve a uma rotina intensa de cuidados com o corpo, desde balé e academia até cuidados com a pele e aplicações de botox. Cassio salienta que não quer apagar os traços naturais do tempo, mas manter um aspecto físico semelhante ao que teve por mais de 50 anos.

Faço balé clássico três vezes por semana no Theatro Municipal e também vou à academia quase todos os dias. Também faço um tratamento para hidratar a pele com esperma de salmão e um botox de vez em quando, principalmente na ponta do nariz para não ficar curvo, já que sou narigudo… não sou muito radical. Acho que tem de dar uma segurada! Não faço para ficar mais jovem, mas sim para saber quão velho quero ficar. Envelhecer é inevitável. Tem dia que me gosto ao olhar no espelho, mas tem dia que não. Também tem a ver com o estado de espírito daquele dia”, acredita.

Apesar de ter nascido em uma época em que se dizia que vaidade masculina “não era coisa de homem”, o ator lembra que desde criança sempre foi muito vaidoso, “arrumadinho”, um garoto diferente que gostava de moda. Ele conta que a mãe, Dona Cida, era costureira e sempre tinha revistas em casa que ditavam moda.

“Fui muito ligado à moda, fiz um curso de história da moda com uma curadora do museu de moda de Berlim. Para mim, ela é um reflexo de uma conversa com a sociedade, como você encara sua própria personalidade. A moda como objeto comercial que se transforma e muda o tempo todo, essa não me interessa. Já como construção de um pensamento, de um raciocínio e marca uma época, essa sim me interessa. Eu me cuido, gosto disso, sei que não sou da turma dos bonitos, então a vaidade para um outro lugar, de um jeito diferente, então gosto de me cuidar”, explica.

Ele esteve em cartaz em São Paulo com o espetáculo “Histeria”, uma comédia dirigida por Jô Soares, em que mostra o encontro real entre entre o médico Sigmund Freud e o pintor Salvador Dalí, e agora vive o físico Albert Einstein em “Insignificância”, personagem que fez um ensaio fotográfico no qual aparece completamente nu (veja na galeria). Sobre essa relação mais aberta com a nudez, Cassio brinca que foi “um dos atores que mais ficou pelado na carreira inteira”.

“Não tenho problemas com meu corpo. A nudez é tranquila para mim, você está pelado embaixo da sua roupa… então não tenho o menor problema com isso. É tudo muito ok.”

Para 2025, ele tem planos de levar o espetáculo para várias cidades brasileiras e começar um novo trabalho teatral que ainda é mantido em segredo.

“Continuo com ‘Histeria’, viajando em turnê até o meio do ano que vem, e, a partir do segundo semestre, vou começar um novo projeto, uma comédia do ano que vem. Mas a estreia é provavelmente para estrear só em 2026.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Aos 61, Cassio Scapin celebra vitalidade: “Me recuso a ir à fila de idosos” no site CNN Brasil.

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