Pinguins soltos em praia de SC têm viagem de volta à Patagônia monitorada por rastreador; VÍDEO


Grupo de 15 pinguins-de-Magalhães retornou ao mar após um período de reabilitação em Florianópolis. Agora, eles retornam às colonias reprodutivas, e trajetória é acompanhada em tempo real. Pinguins são soltos em praia de Florianópolis após período de reabilitação
Um grupo de 15 pinguins-de-Magalhães que retornou ao mar após um período de reabilitação em Florianópolis tem a viagem de volta às colonias reprodutivas, na Patagônia Argentina, monitorada por um rastreador que transmite dados por satélite.
Segundo a Associação R3 Animal, executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), os transmissores foram acoplados ao dorso de cinco pinguins (veja mais abaixo).
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Os animais foram soltos na quinta-feira (12), após passaram por tratamento veterinário intensivo na associação. Eles haviam encalhado em praias do litoral de Santa Catarina durante a migração anual da espécie com sinais de exaustão e afogamento.
Segundo a presidente da R3 Animal, a equipe busca saber quanto tempo os animais levarão para chegar às colônias e se o grupo permanece junto.
O objetivo é investigar o comportamento migratório e uso de habitat desses animais, gerando informações para embasar ações de conservação da espécie.
“Nós finalizamos o nosso trabalho na soltura, mas só saberemos se houve sucesso quando os pinguins chegarem aos seus locais de origem”, analisa.
A instalação dos transmissores é conduzida pelo Projeto de Monitoramento de Pinguins-de-Magalhães por Telemetria Satelital (PMPTS), uma condicionante ambiental que atende às exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Grupo de pinguins retorna ao mar após reabilitação em Florianópolis
R3 Animal/ Divulgação
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Como funciona
No grupo de pinguins soltos, cinco foram equipados com transmissores de 18 gramas, acoplados ao dorso próximo à cauda.
A instalação é simples, segundo a equipe, e consiste em camadas de fitas impermeáveis por entre as penas, que “abraçam” o dispositivo.
Conforme o professor de Ecologia Marinha e pesquisador parceiro da R3 Animal Guilherme Bortolotto, o peso do equipamento varia entre 3% e 5% do peso do animal, garantindo que sua capacidade de mergulho e gasto energético permaneçam intactos.
“O tamanho e peso dos tags são insignificantes em relação às dimensões do animal, sem impactar negativamente o seu bem-estar ou hidrodinâmica, seguindo convenções internacionais”, explica.
A bateria dos rastreadores funciona por 8 horas diárias, transmitindo um sinal por minuto, com uma duração estimada de três meses.
Durante esse período, a equipe realizará várias leituras de dados para acompanhar a rota migratória dos pinguins e seus padrões de movimentação.
A bióloga responsável técnica do PMPTS, Silvia Gastal, explica que os transmissores naturalmente vão se desprender dos animais. Cada equipamento contém um número de telefone para facilitar sua recuperação.
Grupo de pinguins retorna ao mar após reabilitação em Florianópolis
R3 Animal/ Divulgação
Desafios da migração
Sempre durante o outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães deixam suas colônias reprodutivas, na Patagônia Argentina, rumo a águas mais quentes, onde há maior abundância de alimentos.
Entre maio e outubro, eles acabam atingindo o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.
Durante a migração, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e encalhem nas praias exaustos, afogados e hipotérmicos. Ações antrópicas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.
Em Florianópolis, 2710 pinguins-de-Magalhães foram registrados na temporada de migração 2024. Desse total, apenas 5% estavam com vida na hora do resgate.
Reabilitação
A Associação R3 Animal afirma que já reabilitou 73 pinguins neste ano. O tratamento inclui ganho de peso, hidratação, medicação e natação na piscina, até eles estarem aptos a nadar milhares de quilômetros de volta para casa.
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