Roraima tem queda de 32% nas mortes violentas em 2024, aponta levantamento


Levantamento considera os dados do Sinesp que são fornecidos pelas 27 unidades federativas ao Ministério da Justiça. No ranking dos estados pela taxa de assassinatos a cada 100 mil habitantes, Roraima ocupa a 20ª posição. Mortes violentas tem redução de 32,35%
Reprodução/RPC
Roraima teve redução de 32,35% no quantitativo de mortes violentas registradas entre os meses de janeiro a novembro de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2024 foram 115 mortes, já em 2023 o número era 170 — ou seja, 55 mortes a menos. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça, atualizados nessa segunda-feira (16).
📋 Metodologia: o levantamento considera os dados do Sinesp que são fornecidos pelas 27 unidades federativas ao Ministério da Justiça. Segundo a pasta, os estados de Alagoas, Mato Grosso, Pernambuco e Rio de Janeiro não haviam enviado os dados por completo até a última atualização.
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A redução foi apontada pela Secretaria Estadual de Comunicação do governo estadual. São contabilizadas no levantamento: vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte e homicídios decorrentes de violência policial.
Em Roraima, os índices de crimes em 2024 apontam que:
Os casos homicídio doloso lideram o ranking de mortes violentas, com 92 casos. Já as mortes por lesão corporal seguida de morte foram o menor índice, com 3 vítimas;
Foram registradas 7 mortes por intervenção policial;
Já os casos de latrocínio, o levantamento contabilizou 6 mortes.
O índice de mortes por 100 mil habitantes em Roraima é de 17,50 — menor que a nacional de 20,44. No cenário nacional, o Brasil teve queda de 7,16% no número de crimes violentos no período analisado.
No ranking dos estados pela taxa de assassinatos a cada 100 mil habitantes, Roraima ocupa a 20ª posição. Os estados que lideram a lista são Amapá (45,79), Bahia (40,51) e Ceará (37,20). São Paulo ocupa a última posição, com 7,31.
O mês mais violento em Roraima foi agosto, com 16 mortes. Os menos violentos foram os meses de outubro e novembro, ambos com 5 vítimas.
O secretário de Segurança Pública, Ellan Wagner, atribui esse resultado a uma combinação de fatores, como a qualidade do trabalho das forças de segurança, ações preventivas, estratégicas e os investimentos significativos realizados pelo Governo.
“Essa queda reflete diretamente o fortalecimento das ações de segurança pública. O aumento dos efetivos, capacitações e a valorização dos servidores contribuíram diretamente para os resultados alcançados. Profissionais mais bem equipados e valorizados entregam um serviço mais eficiente à população”, afirmou Ellan Wagner.
Os números refletem uma tendência contínua de queda desde 2018. Naquele ano, foram registradas 390 mortes violentas intencionais, reduzidas para 220 em 2019. Em 2023, o total caiu para 182, o menor número absoluto de mortes violentas entre os estados brasileiros. Os dados abaixo levam em consideração as mortes por intervenção policial.
Um dos casos de mortes violentas registradas pelo g1 foi a morte dos agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, assassinados a tiros no Cantá, em abril deste ano. A morte deles ficou conhecida como caso Surrão. O suspeito de planejar e executar o crime, o empresário Caio de Medeiros Porto, de 32 anos, segue foragido.
Mortes violentas intencionais na Amazônia
O estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que o número de mortes violentas intencionais caiu 6,2% na Amazônia Legal, mas ainda é 41,5% maior do que a média nacional. Nesse cenário, ele analisou o triênio de 2021 a 2023.
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No ano passado, 8.603 pessoas morreram violentamente na região, contra 9.096 mortes em 2021. A taxa de mortes violentas na Amazônia Legal é de 32,3 a cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 22,8.
🚨 O índice mais violento da Amazônia Legal – e do Brasil – é o do Amapá: 69,9 por 100 mil habitantes. O estado é seguido pelo Amazonas (35,6) e o Pará (32,8), que tem município mais violento da região.
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