Torcida por bons ventos: brasileiro de 22 anos busca medalha em primeira Olimpíada pela vela


Gaúcho Gabriel Simões faz dupla com Marcos Grael. Velejadores tentam vaga na regata final pela medalha nesta quarta-feira (31). Gabriel Simões e Marco Grael no Sul-Americano de 49er
Jankovics Villatoro
⛵ Os amantes de vela sabem que é preciso mentalizar um principal desejo para os dias de competição: que os ventos estejam a favor. O velejador gaúcho Gabriel Simões, aos 22 anos, marca a sua carreira com a estreia olímpica na classe 49er. A decisão se o brasileiro vai para a regata de medalha acontece nesta quarta-feira (31) (entenda abaixo).
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“(Com bons ventos) eles têm chance de velejar melhor que nos dias iniciais, quando houve ventos com baixíssima velocidade, o que prejudicou, além deles, muitas duplas”, relata Jurandir Simões, pai do atleta.
Simões forma uma dupla com Marcos Grael, que já participou das edições olímpicas do Rio (2016) e de Tóquio (2021). Eles trabalham em conjunto há mais de um ano. Para o pai do gaúcho, a oportunidade de velejar ao lado de Grael “é algo que deixaria qualquer amante da vela muito feliz”.
Grael é membro da família mais tradicional da vela brasileira. Ele é o filho de Torben Grael, que conquistou cinco medalhas olímpicas. E irmão de Martine Grael, bicampeã olímpica na classe 49er FX.
Apoio dos pais
A ansiedade e o orgulho da família de Simões são palpáveis:
“Nossa emoção como pais é enorme, um misto de felicidade e orgulho por ele ter conseguido a vaga e estar numa olimpíada”, diz.
Embora o apoio da torcida não possa ser fisicamente presente nas regatas, Jurandir acredita que Simões deve sentir a presença da família, que estará na praia da competição, perto da raia.
“Na vela, a torcida não participa de perto, mas acreditamos que eles saberem que estamos menos longe já é diferente”, concluiu.
O velejador Gabriel Simões com a família em Marselha, na França, durante Jogos Olímpicos em Paris
Arquivo pessoal
As “fases” da competição, chamadas de regata, estão sendo realizadas em Marselha, cidade localizada ao sul da França e banhada pelo Mar Mediterrâneo.
Ao todo, as duplas na classe 49er competem em 12 regatas para então classificarem para a regata final: a da medalha.
Essas regatas começaram no domingo (28) e terminam nesta quarta-feira. Para disputar a medalha na quinta-feira (1º), a dupla precisa de uma boa classificação para ficar entre os dez primeiros colocados. Na terça-feira (30), os velejadores terminaram o dia na 19ª colocação na classificação geral, de um total de 20 duplas.
Quem é Gabriel Simões
Gaúcho de Porto Alegre, Gabriel começou a praticar vela na Escola de Vela Barra Limpa, do Clube dos Jangadeiros, em um barco da classe optimist. De acordo com o pai Jurandir Simões, o interesse do filho pelo esporte surgiu após a indicação da esposa para que o levasse para velejar.
“Ele começou na vela há pouco mais de 10 anos e neste curto tempo já ter alcançado uma posição importante na modalidade é algo bem difícil”, diz Jurandir.
Dos tempos de optimist, ele leva apenas o apelido. Por causa do nome do barco, passou a ser chamado por Dom. Logo depois, ele acabou indo para a categoria 29er, na qual permaneceu por três temporadas e conquistou dois títulos brasileiros.
Pai do atleta Gabriel Simões fala sobre a expectativa da família para as Olimpíadas
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