Morte de Haniyeh: além de Alckmin, posse do presidente do Irã contou com líderes de 22 países


Representantes internacionais compareceram à posse do novo presidente do Irã na terça-feira (30). Horas depois, Ismail Haniyeh e um de seus guarda-costas foram mortos em Teerã. Representantes de vários países compareceram à cerimônia de posse do novo presidente do Irã.
Majid Asgaripour/Reuters
Horas antes de ser assassinado, o chefe do Hamas Ismail Haniyeh esteve na cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, na última terça-feira (30).
Haniyeh esteve em Teerã especialmente para a posse e foi morto na madrugada seguinte ainda na cidade, segundo o próprio Hamas confirmou em um comunicado. Na cerimônia de inauguração do presidente iraniano, também estavam presentes representantes de 22 países, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Quem estava na cerimônia
De acordo com a IRNA, agência oficial de notícias do Irã, o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero Cruz, e Enrique Mora, representante da União Europeia, compareceram à posse. Alckmin foi à cerimônia para representar o governo Lula no evento e não falou com o chefe do Hamas.
Além deles, a cerimônia contou com representantes do Tajiquistão, Armênia, Quirguistão, Líbano, Coreia do Sul, Uzbequistão, Japão, Cazaquistão, Mali, Egito, Mauritânia, Serra Leoa, Burkina Faso, Senegal, Catar, Turcomenistão, Congo, Índia, Jordânia, Geórgia, Arzebaijão e Argélia.
Morte de Haniyeh
Na madrugada desta quarta, o Hamas e a Guarda Revolucionária do Irã afirmaram que o principal líder do Hamas, Ismail Haniehy, e um de seus guarda-costas foram assassinados na manhã desta terça em Teerã e que está investigando o caso.
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PERFIL: quem é Ismail Haniyeh
Ismail Haniyeh, durante discurso para o povo palestino em Gaza
Said Khatib / Arquivo / AFP Photo
“A residência de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político da Resistência Islâmica do Hamas, foi atingida em Teerã, e como resultado deste incidente, ele e um de seus guarda-costas foram martirizados,” disse um comunicado da Guarda Revolucionária.
Segundo a TV estatal iraniana, ele foi morto às 2h de quarta, horário de Teerã (20h de terça em Brasília), enquanto estava numa residência de veteranos de guerra no norte da capital iraniana.
Os comunicados não dão detalhes sobre como o líder do Hamas foi morto e ninguém assumiu imediatamente a responsabilidade pelo assassinato.
Israel não comentou sobre o caso, porém, havia prometido matar Haniyeh e outros líderes do Hamas após o ataque do grupo em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas e viu cerca de 250 serem feitas reféns.
Em comunicado, o Hamas afirma que Haniyeh foi morto num “ataque aéreo traiçoeiro à sua residência em Teerã”. Ele estava no Irã para participar da cerimônia de posse do presidente Masoud Pezeshkian.
“É um ato covarde que não ficará impune”, disse a TV Al-Aqsa, controlada pelo Hamas, citando Moussa Abu Marzouk, alto funcionário do grupo.
Segundo canal de TV Al Mayadin, sediado em Beirute, capital do Líbano, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que “é dever do Irã vingar o sangue de Haniyeh porque ele foi martirizado em nosso solo”.
Alckmin esteve na posse do Irã, a poucos metros de chefe do Hamas assassinado horas depois

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou veementemente o assassinato do líder do Hamas, informou a agência de notícias estatal WAFA.
Grupos palestinos convocaram uma greve geral e manifestações em massa após o assassinato de Haniyeh.
Em maio, Haniyeh teve a prisão pedida pelo procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra durante o conflito entre Israel e Hamas. Na ocasião, outros dois chefes do Hamas tiveram a prisão pedida, assim como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da defesa, Yoav Gallant.
Não houve reação dos Estados Unidos. A administração de Joe Biden tenta pressionar o Hamas e Israel a concordarem com um cessar-fogo temporário e um acordo de libertação de reféns.

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