O grupo de medicina diagnóstica Fleury observou um crescimento de 6,7% no lucro líquido do primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, com uma contração no segmento voltado para empresas sendo mais que compensada pela performance da divisão para consumidores.
O lucro líquido do Fleury somou R$179,3 milhões entre janeiro e final de março, com margem líquida de 8,9%, quase estável na base anual. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$182,3 milhões para a companhia no primeiro trimestre, segundo dados compilados pela LSEG.
O resultado seguiu um aumento de 6,5% na receita bruta da empresa no período, totalizando R$2,2 bilhões. Esse avanço teve como destaque o desempenho da unidade de negócios B2C do grupo, composta por unidades de atendimento físicas e serviço móvel, com crescimento na principal marca, Fleury (+5,7%), e em praças como São Paulo (+9,6%) e Rio de Janeiro (+8,4%).
O segmento de prestação de serviços para laboratórios e hospitais, o B2B, contraiu 1,9% no primeiro trimestre no comparativo anual, o que a empresa atribuiu à saída de um determinado cliente e uma forte base de comparação por conta do elevado número de exames de toxicologia e dengue no ano passado.
Já a receita bruta da vertical Novos Elos, com clínicas em áreas da saúde como oftalmologia e ortopedia, totalizou R$222,5 milhões, alta de 17,9% ano a ano, respondendo por cerca de 10% do faturamento total da companhia no primeiro trimestre.
Com isso, o desempenho operacional do grupo, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), cresceu 5,9%, para R$547,6 milhões, versus previsão de analistas de R$550,97 milhões, conforme pesquisa da LSEG.
“Somos um negócio com diversas linhas… cada vez mais o grupo Fleury tem uma diversificação de receitas, isso traz maior resiliência para o nosso negócio”, afirmou a presidente-executiva do Fleury, Jeane Tsutsui, nesta quinta-feira.
A executiva também destacou disciplina em custos e despesas e na alocação de capital, especialmente diante do cenário de juros elevados no Brasil, reforçado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na véspera, de elevar a taxa Selic ao maior nível em quase 20 anos.
As despesas gerais e administrativas do grupo de medicina diagnóstica apresentaram melhora de 15 pontos-base, refletindo programas recorrentes para redução de despesas, mas as despesas comerciais aumentaram 25 pontos-base, com maior investimento em iniciativas de marketing em comparação com um ano antes.
A alavancagem do Fleury, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, encerrou março estável ante dezembro do ano passado, em 1 vez, mas ficou abaixo do nível registrado em março de 2024, quando estava em 1,2 vez.
Segundo o diretor financeiro do grupo, José Antonio Filippo, a companhia pretende manter a alavancagem em nível baixo, considerando o elevado custo dos juros e a perspectiva incerta em relação aos próximos movimentos da taxa.
“Isso não quer dizer que a gente não vai poder fazer aquisições”, acrescentou. “São oportunidades. A gente segue sempre a análise dos aspectos estratégicos, dos aspectos econômico-financeiros, aspectos culturais também.”
“Nós temos conseguido fazer um nível de aquisições sem afetar a alavancagem, especialmente porque você traz também a geração de caixa, de Ebitda, da empresa adquirida.”
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