Ramagem diz que PF usou relatório errado para associar FirstMile a golpe

O deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), afirmou nesta segunda-feira (9) em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a Polícia Federal (PF) utilizou o relatório errado durante investigações para associar o sistema de geolocalização israelense FirstMile ao suposto plano de golpe de Estado no país.

“Nós encerramos o First Mile me 10 de maio de 2021. Sabemos que qualquer monitoramento de pessoas na apuração aqui hoje é de 2022, é mais uma indução a erro do juízo, porque a Polícia Federal sabe que o contrato do First Mile foi encerrado em 2021 e não foi substituído”, declarou Ramagem durante audiência.

“Mesmo assim a PF colocou o sistema no relatório. Isso para empurrar indevidamente essa questão de golpe para mim”, prosseguiu.

Segundo a investigação da PF, o sistema de geolocalização israelense FirstMile teria sido usado para espionar adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), jornalistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com maior intensidade em 2021, pouco antes da pré-campanha eleitoral.

Em 2023, uma operação da PF prendeu dois servidores da Abin e afastou outros cinco por suspeita de monitoramento ilegal de telefones celulares entre dezembro de 2018 e 2021.

Depoimentos

O STF realiza os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Ao todo, serão ouvidos oito réus:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.

*Em atualização

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