Eleição na Venezuela: veja como especialistas avaliam o resultado eleitoral

Nicolás Maduro teve 51,2% dos votos e o principal opositor, Edmundo González, 44,2%. O sistema eleitoral da Venezuela, no entanto, é colocado em dúvidas pela comunidade internacional. Quem é Nicolás Maduro?
O atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conquistou mais uma vez as eleições no país. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) informou na madrugada desta segunda-feira (29) que, com 80% dos votos apurados, ele conquistou o pleito. O candidato teve 51,2% dos votos e o principal opositor, Edmundo González, 44,2%.
O sistema eleitoral da Venezuela, no entanto, é colocado em dúvidas pela comunidade internacional. A última votação no país aconteceu em dezembro de 2023, quando o presidente convocou um referendo para discutir a questão de Essequibo, com o objetivo de anexar parte do território da Guiana.
Já em 2017, quando o país fez eleições legislativas para criar uma Assembleia Constituinte, a empresa responsável pela tecnologia das urnas afirmou que o número de eleitores que participaram da votação havia sido manipulado.
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Veja abaixo como os especialistas avaliaram o resultado eleitoral da Venezuela:
Maurício Santoro
Para o cientista político Maurício Santoro, não houve nada de normal na eleição da Venezuela. “Esse ciclo foi marcado pelo autoritarismo. Por muitas restrições as liberdades civis e políticas dos venezuelanos. Isso é algo que vem de longe”. Isso porque, no ponto de vista dele, as pesquisas indicavam uma vitória muito grande da oposição.
Segundo o especialista, a última vez que as eleições foram limpas aconteceu quando Maduro foi eleito pela primeira vez, em 2013.
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Daniel Sousa
O comentarista da Globonews Daniel Souza afirma que um dos problemas frente ao resultado é que o país tem um Conselho Nacional Eleitoral controlado. E, dessa forma, o resultado não tem o mínimo de transparência.
“Estamos falando de uma ditadura, que controla o CNE, que diz que o resultado foi esse. ‘Contamos os votos, mas não vamos mostrar a contagem. E o Maduro ganhou com 51%. E quem não reconhecer é fascista e nazista'”, afirmou o especialista, explicando qual é o diálogo do Conselho e do governo local perante a votação.
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