Paranaense que mora na Flórida estoca mantimentos e relata preocupação com furacão Milton: ‘Não tem o que fazer’


Furacão teve aumento ‘explosivo’ em poucas horas e pode ser um dos piores a atingir o estado nos últimos 100 anos, segundo o presidente americano Joe Biden. João Paulo Missiatto mora em Sarasoto, na Flórida.
Reprodução/RPC
O curitibano João Paulo Missiatto vive na Flórida, nos Estados Unidos, e se prepara para enfrentar a passagem do furacão Milton, que teve um aumento “explosivo” em poucas horas e pode ser um dos piores da região nos últimos 100 anos, segundo o presidente Joe Biden.
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O administrador vive com a esposa e uma filha na casa em que vive na cidade de Sarasota, que fica a cerca de 55 minutos de Tampa, município litorâneo que deve ser mais atingido pelo furacão. Segundo ele, Sarasota não faz parte da área de evacuação, mas tem alerta de inundação.
“A gente optou por não evacuar, porque nossa área não é de evacuação, mas provavelmente é uma área que vai inundar pela quantidade de água que vem por aí. A maioria dos vizinhos, pelo o que estou vendo, está ficando por aqui. Agora é só aguardar, não tem o que fazer”, completou.
João Paulo seguiu as medidas necessárias e fez estoque de comida, água, velas, lanternas e outros mantimentos.
O furacão Milton ganhou uma força “explosiva”, como classificou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). O fenômeno chegou a subir da categoria 2 para a 5, a máxima na escala de intensidade de furacões.
Na terça (8), o furacão passou pelo norte do México e desceu para a categoria 4, mas segue com alto potencial de destruição.
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O fenômeno deve tocar a costa da Flórida na madrugada desta quinta-feira (10), menos de duas semanas após o furacão Helene ter inundado a costa do estado, causando destruição e mortes. Veja o mapa abaixo:
Trajetória do furacão Milton.
Arte g1/Zoom Earth
Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens para sair de casa e procurar por abrigo imediatamente. A saída da população deixou cidades-fantasmas e provocou congestionamentos.
Incerteza
João Gabriel Arseno Innocencio, também natural de Curitiba, mora em Orlando desde 2020 com a esposa Gabriele Cristina de Souza. Ele relata que não sabem de que forma serão atingidos pelo furacão.
“Nosso sentimento agora é um pouco de ansiedade, um pouco de preocupação, principalmente pela incerteza de como ele vai passar aqui […] Se vai ser a categoria 1, 2 ou até 3. Atualmente, ele está em categoria 4, passando no Golfo do México, mas com certeza a gente vai ser atingido também”, afirma.
As categorias de intensidades dos furacões variam de 1 a 5. Entenda abaixo.
Segundo João Gabriel, as autoridades locais estão pedindo para que as pessoas fiquem em casa e estoquem alimento e água. Além disso, alertam sobre a possível falta de energia elétrica por alguns dias.
“A gente se preparou com água, com comida, a gente vai ficar em casa. A chance de que ele passe muito forte aqui é grande […] Mas a gente sabe que dentro de casa vai estar seguro”, completou.
Os curitibanos João Gabriel Arseno Innocencio e Gabriele Cristina de Souza moram em Orlando desde 2020.
Arquivo pessoal
Veja abaixo a escala de acordo com a intensidade dos furacões:
Categoria 1: potencial de causar alguns danos, com ventos de 119 a 153 km/h. Pode causar danos ao telhado, quebrar galhos grandes de árvores e linhas de energia;
Categoria 2: potencial de causar grandes danos, ventos de 154 km/h a 177 km/h. Casas podem sofrer danos estruturais. Árvores são arrancadas e bloqueiam estradas. Interrupções de energia são frequentes;
Categoria 3: potencial de causar danos devastadores, com ventos de 178 km/h a 208 km/h. Grandes danos a construções. Muitas árvores serão quebradas ou arrancadas. Eletricidade e água podem ficar indisponíveis;
Categoria 4: potencial de causar danos catastróficos, com ventos de 209 km/h a 251 km/h. Casas podem ser derrubadas, assim como postes de energia, com prejuízos à rede por semanas ou meses;
Categoria 5: potencial de causar danos catastróficos, com ventos de mais de 252 km/h. Muitas casas serão destruídas, com colapso da parede e perda do telhado. Áreas residenciais ficarão isoladas. Potencial de áreas ficarem inabitáveis por semanas ou meses.
Ruas vazias em Treasure Island, na região de Tampa (Flórida), antes da chegada do furacão Milton
The City of Treasure Island, Florida/Reuters
Como se formam os furacões?
Os furacões – ou ciclones tropicais, como são chamados pelos meteorologistas – são sistemas de baixa pressão atmosférica. Isto é, grandes massas de ar que giram em torno de um centro de baixa pressão intenso, provocando condições climáticas adversas em grande escala.
🌪️De forma menos técnica, o ciclone “puxa” o ar quente e úmido da superfície e joga para cima, formando nuvens de chuva.
Isso acontece porque o ar quente e úmido sobre o oceano sobe, criando a área de baixa pressão. O ar das áreas ao redor, com maior pressão, se move para essa área, aquecendo-se e subindo também. À medida que o ar quente sobe e se resfria, ele forma as nuvens.
🌩️🌩️Desse modo, todo o sistema de nuvens e ventos gira e cresce, alimentado pelo calor e pela evaporação do oceano.
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Por isso, ciclones tropicais só se formam nas águas quentes do oceano próximas à Linha do Equador a pelo menos 5° – 30° de latitude norte ou sul da linha imaginária, onde a temperatura do mar é de pelo menos 27ºC.
As águas aquecidas são justamente o que favorece o fortalecimento de furacões na região da Flórida, por exemplo. O estado, localizado na curva do Golfo do México, é diretamente impactado pela Corrente do Golfo.
“A Corrente do Golfo é uma corrente muito quente e super importante no mundo. Ela transporta água quente, se tornando um caminho favorável para os furacões”, comenta Luengo.
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