VÍDEO: avião da FAB decola de SP levando urnas com vítimas da tragédia em Vinhedo


Aeronave fará pousos em Cascavel (PR) e Pelotas (RS). Uma cerimônia religiosa aconteceu na base aérea antes do translado. Avião da FAB decola de SP levando urnas com vítimas da tragédia em Vinhedo
Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou da Base Aérea de São Paulo (BASP) na tarde desta terça-feira (13) com três urnas funerárias de vítimas da tragédia aérea de Vinhedo (SP). As 62 pessoas a bordo morreram no acidente.
“O translado foi a bordo da aeronave KC-390 Millennium, operada pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo, que decolou da BASP, às 15h13, onde, antes, aconteceu uma celebração religiosa”, detalhou a FAB.
A aeronave fará o primeiro pouso em Cascavel (PR), onde duas urnas serão desembarcadas, e depois segue para Pelotas (RS), local de destino da terceira vítima.
KC-390 Millennium transporta urnas funerárias das vítimas da tragédia em Vinhedo
FAB/Divulgação
Os corpos foram liberados para transporte às famílias após a identificação no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Segundo o órgão, 42 dos 62 vítimas foram identificadas, até a tarde desta terça, pelos peritos.
Perícia escaneia com drone área onde avião caiu após localização de material genético paralisar triagem de objetos das vítimas
De acordo com a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, todas as vítimas morreram por politraumatismo. A identificação dos corpos ainda não têm prazo para terminar.
Pertences das vítimas
A Polícia Científica mantém, desde a manhã desta terça-feira (13), a perícia na área do condomínio Recanto Florido, em Vinhedo (SP), onde um avião caiu.
Peritos da Aeronáutica vão começar a analisar motores de avião que caiu
A instituição voltou ao local na segunda (12) e, após nova perícia, encontrou material genético onde estão os destroços da aeronave, o que impediu que a companhia aérea e a seguradora entrassem na área para fazer a triagem dos objetos pessoais e bagagens das 62 vítimas.
Dados do acidente recuperados
A FAB confirmou também na tarde desta terça-feira (13) que as caixas-pretas do ATR 72, que caiu em Vinhedo (SP) e provocou 62 mortes na última semana, gravaram “com êxito” os registros de voz e dados da aeronave relacionados ao acidente aéreo.
Veja momento das aberturas das duas caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo; VÍDEO
As caixas-pretas são fundamentais para a investigação, segundo a FAB, por gravar diálogos e sons estabelecidos na cabine, como possíveis alarmes sonoros e conversas entre pilotos e com o controle do espaço aéreo.
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Os gravadores estão sendo analisados desde sábado (10) no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em Brasília (DF). São duas caixas-pretas:
Cockpit Voice Recorder (CVR): um gravador que registra as conversas e sons dentro da cabine de pilotagem.
Flight data recorder (FDR): um gravador de informações e parâmetros da aeronave, como altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, entre outros dados técnicos da aeronave ao longo do trajeto.
Análise de dados
O Cenipa explicou que os peritos debruçados no gravador de áudio (CVR) estão fazendo um estudo minucioso dos diálogos e sons da cabine a fim de identificar, entre outras coisas, os “possíveis alarmes sonoros” que apitaram na aeronave momentos antes da queda. Para isso, pode ser necessário o uso de software de análise do som.
Já os peritos responsáveis pelo gravador de dados (FDR) estão no processo de conversão das informações eletrônicos para unidades de engenharia, explicou o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa.
Cenipa diz que conseguiu extrair as informações das caixas-pretas de avião que caiu em Vinhedo (SP)
Reprodução EPTV
Segundo a FAB, os especialistas do Labdata vão validar, por demanda, todos os parâmetros requeridos pela comissão de investigação. “O trabalho de validação é realizado por meio de recursos tecnológicos físicos e lógicos de última geração, associados à documentação referente às atualizações de serviços, de componentes e de sensores presentes na aeronave envolvida no acidente.”, afirmou Moreno.
O Brasil é signatário da Convenção de Chicago sobre aviação civil, por isso, tem o dever de convidar para a comissão de investigação integrantes de órgãos de países estrangeiros que tenham relação com a aeronave.
País de fabricação da aeronave: França, no caso participam investigadores do Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile, BEA na sigla em francês).
País de fabricação dos motores da aeronave: Canadá, no caso participam investigadores do Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá (Transportation Safety Board, TSB, na sigla em inglês).
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Caixas-pretas íntegras
Tragédia em Vinhedo: Cenipa diz que conseguiu extrair as informações das caixas-pretas
No sábado, o chefe do Cenipa já tinha confirmado a extração de todo o conteúdo das duas caixas-pretas retiradas do avião que caiu em Vinhedo (SP).
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“Os dados foram obtidos, validados. E agora aguardamos a linha de investigação de nossos investigadores, que ainda se encontram aqui comigo, regressarem a Brasília para a gente começar a trabalhar na transformação desse número enorme de dados para a informação útil para a sociedade.”
O brigadeiro informou que os dois motores do avião serão analisados em São Paulo para verificar se estavam com potência no momento do acidente. Segundo Moreno, o relatório preliminar da investigação será apresentado em 30 dias. Acompanhe as últimas informações em tempo real.
Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP).
Divulgação/FAB
Três representantes do Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile, BEA, em francês) foram neste domingo (11) ao local do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP).
Segundo Moreno, também vão participar da investigação representantes do Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá (Transportation Safety Board, TSB, em inglês), país onde os motores da aeronave foram fabricados.
O BEA e o TSB são os órgãos francês e canadense análogos ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticios (Cenipa). Peritos dos três países devem atuar em conjunto na apuração que deve apontar as causas do acidente.
Autoridades brasileiras e francesas no local do acidente em Vinhedo
Força Aérea Brasileira
As caixas-pretas
Obrigatórias na maioria dos aviões em aviões, as caixas-pretas foram inventadas, segundo a Reuters, ainda em 1950 pelo australiano David Warren. Ela mantém gravadores a fim de identificar as causas de acidentes e, assim, ajudar na prevenção deles.
As caixas-pretas não são realmente pretas. Elas são pintadas de laranja, uma cor que pode ser vista à distância, debaixo da água e no meio escombros e, desta forma, facilitar nas buscas.
‘Desenho’ no chão
Um infográfico que sobrepõe imagem do local da tragédia aérea revela como o impacto deixou “um desenho da aeronave” no quintal de uma residência.
É possível observar como a aeronave, que “caiu chapada”, ficou com a área da cabine mais preservada, enquanto da metade para a cauda, por conta do incêndio, a destruição foi maior.
A aeronave caiu sem controle e girando no ar, mostram vídeos gravados do momento do acidente, num aparente estol. A análise das caixas-pretas, que incluem o gravador de voz e o gravador de dados, é fundamental para ajudar a esclarecer o que ocorreu no voo 2283.
“O avião caiu no quintal dessa residência, é um gramado amplo. A gente consegue tirar as peças mais pesadas, aquilo que tá obstruindo para chegar a vítima, consegue movimentar desse terreno, tem espaço para isso. Tira do lugar que caiu e movimenta. Criamos uma área de depósito. O terreno plano e gramado, de certo modo, facilitou nosso trabalho”, completou o capitão.
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Investigação
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Além do Cenipa, que apura as causas do acidente, a Polícia Civil e a Polícia Federal investigam a tragédia no âmbito criminal. Dois inquéritos foram abertos.
“Difícil falar em prazo, mas nós podemos afirmar que estamos trabalhando incansavelmente para finalizar esse trabalho e confortar todoas as famílias. Estamos entregando todo nosso esforço”, disse Rodrigo Sanfurgo, superintendente regional da PF em São Paulo.
Cronologia da tragédia

Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
Veja, abaixo, da decolagem à queda, a cronologia do acidente da Voepass, o maior do país em número de vítimas desde 2007, quando um avião atingiu edifício em São Paulo ao tentar pousar.
Inicialmente, a Voepass noticiou que 61 pessoas tinham morrido após a queda do avião. Na manhã de sábado (10), o número de mortes subiu para 62.
A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 13h20.
O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
Como era o avião que caiu em Vinhedo
Arte/g1
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