Governo do Pará revive tradição ancestral dos ‘Pinta Cuias’ em Monte Alegre com oficina


O evento reconectou moradores locais com suas raízes ancestrais, reavivando uma tradição que remonta ao século XVIII. Oficina de bordagem de cuias em Monte Alegre, no oeste do Pará
GRNCI/IDEFLOR-Bio/Divulgação
Em uma iniciativa que une a preservação cultural e a promoção da bioeconomia, o Governo do Pará, realizou uma oficina sobre tingimento e bordagem em cuias no município de Monte Alegre, no Baixo Amazonas. O evento buscou reconectar os moradores locais com suas raízes ancestrais, reavivando uma tradição que remonta ao século XVIII, quando os descendentes dos primeiros habitantes da região, conhecidos como “Pinta Cuias”, dominavam essa arte.
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As cuias pintadas, símbolo da identidade cultural dos ‘Pinta Cuias’, haviam caído em desuso, e a habilidade de tingir e bordar esses objetos havia se perdido.
A oficina realizada por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), com a Gerência da Região Administrativa da Calha Norte I (GRCNI), foi ministrada por artesãs da ‘Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém’, representou um momento de resgate histórico para a comunidade, proporcionando aos participantes a oportunidade de aprender e reaplicar técnicas que antes eram parte do cotidiano de seus antepassados.
Participantes aprenderam técnicas de bordagem e pintura de cuias
GRNCI/IDEFLOR-Bio/Divulgação
De acordo com o titular da GRCNI, Jorge Braga, a oficina teve dois objetivos principais. “O primeiro foi histórico, pois marcou o reencontro dos ‘Pinta Cuias’ com suas origens. Há muito tempo, eles haviam perdido a capacidade de tingir e bordar cuias. O segundo foi econômico, pois a retomada dessa tradição permite a geração de renda para os moradores, especialmente para os artesãos das comunidades localizadas ao redor do Parque Estadual de Monte Alegre”, explicou.
Conhecimento
A conexão entre o passado e o presente foi um dos aspectos mais emocionantes da oficina. Para muitos participantes, o evento não só reacendeu a chama de uma prática cultural esquecida, como também abriu novas perspectivas de desenvolvimento econômico, alinhadas com os princípios da bioeconomia. A produção e comercialização de cuias pintadas oferecem uma alternativa sustentável de geração de renda, fortalecendo a economia local e preservando o patrimônio cultural da região.
Oficina de bordagem de cuias em Monte Alegre resgata tradição secular
GRNCI/IDEFLOR-Bio/Divulgação
As artesãs de Santarém, que conduziram a oficina, destacaram a importância de transmitir esses conhecimentos às novas gerações. “É fundamental que os jovens se envolvam e aprendam essas técnicas, para que a tradição não se perca novamente”, afirmou uma das instrutoras. O sucesso da oficina indica um futuro promissor para a revitalização dessa arte, que também reforça a expectativa de que os conhecimentos adquiridos sejam disseminados nas comunidades do entorno do Parque Estadual de Monte Alegre.
Tradição
Além de contribuir para a economia local, a iniciativa do governo estadual também reforça o compromisso com a valorização das culturas tradicionais do Pará. A organização tem se empenhado em promover ações que integrem preservação ambiental, sustentabilidade e resgate cultural, assegurando que as populações tradicionais tenham as ferramentas necessárias para manter suas identidades vivas e prósperas.
Com o sucesso da oficina de tingimento e bordagem em cuias, a expectativa é de que novas edições sejam realizadas, ampliando o alcance da iniciativa e fortalecendo ainda mais a identidade cultural dos ‘Pinta Cuias’ em Monte Alegre. A partir dessa retomada, os moradores não só reconectam-se com seu passado, mas também constroem um futuro mais sustentável e culturalmente rico.
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