Plano de golpe previa Heleno e Braga Netto no comando de “gabinete de crise”

A Polícia Federal (PF) identificou que o grupo planejou a criação de um “gabinete de gestão de crise”, comandado pelos generais Augusto Heleno e Braga Netto, logo após a tentativa de golpe em 2022.

O primeiro chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Já o segundo ocupou os postos de ministro da Defesa e da Casa Civil, além de ter sido o candidato a vice nas eleições de 2022, na chapa com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Conforme a investigação, o plano previa o assassinato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

As execuções teriam sido planejadas para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com relatório da PF, o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, a ser chefiado por Heleno e Braga Netto, serviria para “estabelecer diretrizes para gerenciamento da crise institucional” após o golpe.

A maioria dos integrantes seria de militares. Entre os civis, havia a previsão de que o então assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, ocuparia a função de “relações institucionais”, conforme numa minuta obtida pela PF.

“A Polícia Federal logrou êxito em identificar uma minuta de instituição de um Gabinete de Crise, que seria criado no dia 16/12/2022, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares, sob o comando dos GENERAIS AUGUSTO HELENO e BRAGA NETTO, contando ainda com a participação do general MARIO FERNANDES e de FILIPE MARTINS”, diz trecho do relatório da PF.

Segundo a investigação, existem evidências de que o documento, prevendo a instalação desse gabinete, foi impresso no Palácio do Planalto.

As informações sobre o caso estão em relatório enviado pela PF ao ministro Alexandre de Moraes.

Por autorização do magistrado, a PF realizou, na manhã desta terça-feira (19), a prisão de um policial federal e quatro militares. Um deles é o general Mario Fernandes, responsável por imprimir o documento da organização.

A operação investiga a tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula.

A CNN tenta contato com as defesas dos citados.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Plano de golpe previa Heleno e Braga Netto no comando de “gabinete de crise” no site CNN Brasil.

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