“Ser trans não define a mulher que sou”, diz Gabriela Loran à CNN

A atriz Gabriela Loran, 31, falou sobre a importância de não ser definida por um único rótulo e sobre a vontade de interpretar personagens cada vez mais humanos e complexos, que não sejam reduzidos à questão de gênero.

Loran ganhou destaque ao participar do remake de “Renascer”, interpretando uma das amigas de Buba (Gabriela Medeiros). Mas, além de conquistar novos fãs, a atriz também passou a ser alvo de ataques transfóbicos nas redes sociais.

Em entrevista à CNN, ela explicou que não se abala com os comentários preconceituosos. Graças ao apoio de sua família e amigos, Gabriela se sente livre para buscar o que quer: “Mesmo sendo uma mulher trans, ser trans não define a mulher que sou, eu sou muito além disso. Eu quero muito mais eu quero ser conhecido como Gabriela Loran, atriz, poetisa, cantora, que por coincidência é trans.”

“Não vai ser uma pessoa que não conhece um terço da minha história que vai definir a mulher que eu sou”, acrescentou ela.

A atriz acredita que é através da arte e da informação que é possível combater o preconceito, por isso ela decide continuar compartilhando detalhes de sua experiência como uma mulher trans nas redes sociais – mesmo que seja alvo de ataques.

“Existem muitos seres humanos, mas poucos corpos são humanizados. Essa humanização está chegando agora para pessoas como eu. Então eu entendo a importância de poder fazer com que essa informação chegue para as pessoas”, falou.

Papéis além da questão de gênero

Na série “Arcanjo Renegado”, ela dá vida a Giovana, chefe de gabinete da presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) que decide entrar para a política.

Assim como Gabriela não se resume a ser uma pessoa trans, ela espera que os seus personagens no audiovisual também não se resumam a isso: “Eu quero viver personagens que tenham profundidade, que tenham problemáticas para além da questão do gênero.”

“Eu estou conversando com você agora e eu sou uma pessoa trans. Eu não estou preocupada se a pessoa vai me tratar no feminino ou no masculino, eu não estou pensando se eu vou usar o banheiro feminino ou masculino. Minhas preocupações são: eu preciso saber se se os meus pais estão bem, eu estou preocupada com o meu aluguel. O quão diversa eu sou e quão profunda eu posso ser. Eu estou preocupada em me apaixonar, estou preocupada em amar, em ser feliz. É muito complexo”, disse ela.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Ser trans não define a mulher que sou”, diz Gabriela Loran à CNN no site CNN Brasil.

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