Silveira: “Excesso de protecionismo tem data marcada para acabar e a própria França sabe disso”

Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (28), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira disse que o “excesso de protecionismo tem data marcada para acabar e a própria França sabe disso”.

A declaração foi dada durante a edição do Fórum de Integração Brasil Europa – FIBE, que acontece em Lisboa, durante um momento ao qual a França resiste na assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul – organização que o Brasil faz parte.

Esse acordo pretende reduzir a cobrança de taxas de importação de bens e serviços entre os blocos.

O Mercosul e a União Europeia tentam fechar o acordo há quase 25 anos e o governo francês tem travado as negociações devido a pressão dos produtores locais.

“O excesso de protecionismo tem data marcada para acabar. A própria França sabe disso. Ela resiste naturalmente por uma resposta política ao seu mercado do agronegócio, isso faz parte do jogo, mas esperamos que ela também compreenda que esse acordo é imprescindível e fundamental para que não haja isolamento de ninguém nesse novo mercado global, nessa economia,” afirmou o ministro.

“Uma maioria de países na União Europeia estão compreendendo que, no mundo globalizado, com muitos problemas transversais, que não se resolvem nos limites do nosso país, não há saída para política fora de um diálogo e de uma construção que possa, nos nossos mercados, intercambiar, dialogar e construir políticas econômicas comuns e que atendam às nossas populações”, acrescentou.

Questionado sobre as últimas polêmicas envolvendo a rede Carrefour, principalmente na última quarta-feira (20), quando o CEO da companhia na França, Alexandre Bompard, afirmou que a rede iria deixar de comercializar carnes produzidas no Mercosul, Silveira disse esperar que o Brasil seja respeitado.

“O Carrefour já se desculpou. Espero que eles não cometam novos erros no sentido de terem uma visão míope sobre a relação bilateral. Nós respeitamos os mercados e a soberania dos países. Queremos, na contrapartida, que sejamos também respeitados. O Brasil exerce as nossas atividades dentro de índices sanitários altamente reconhecidos internacionalmente, nós temos tecnologia na produção agrícola brasileira como poucos países no mundo, portanto nós somos exemplo em produção de alimentos e é nossa vocação”, pontuou.

Apesar das resistências, o ministro afirmou que há uma grande expectativa que o Brasil vença esse histórico e feche o acordo.

“O Brasil é um país muito plural, um país que dialoga com todos, um país que não tem contencioso com ninguém, é a autoridade mais bem posicionada para a construção dessa política, que é importante e boa para todos. Há uma grande expectativa, não só do Mercosul, mas também da esmagadora parte da União Europeia, que esse acordo avance”, concluiu.

*Sob supervisão de Ronald Johnston

Este conteúdo foi originalmente publicado em Silveira: “Excesso de protecionismo tem data marcada para acabar e a própria França sabe disso” no site CNN Brasil.

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