Nunes vota para rejeitar abertura de investigação contra Ricardo Barros sobre vacina da covid

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (29), para rejeitar um recurso de senadores que contestam o arquivamento da apuração preliminar contra o ex-deputado Ricardo Barros, por suspeitas na compra de vacinas contra a Covid-19.

O político, que foi líder do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, foi alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Para Nunes, o caso não deve ser reaberto porque o próprio Ministério Público, a quem caberia oferecer eventual denúncia, já pediu o arquivamento.

“A Procuradoria-Geral da República [PGR], ao examinar o conjunto probatório produzido pela extinta Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, não encontrou indícios de participação do deputado federal Ricardo Barros em ato criminoso, não tendo, ainda, vislumbrado necessidade de diligências probatórias que pudessem apresentar resultado útil a fim de justificar eventual prosseguimento do feito”, disse o ministro.

“Não vejo como recusar a promoção de arquivamento feita pelo Ministério Público”, afirmou.

O STF julga o recurso em sessão virtual, que começou nesta sexta (29) e vai até 6 de dezembro. No formato, não há debate entre os ministros, que apresentam os votos em um sistema virtual.

Nunes decidiu arquivar a apuração em junho de 2023, a pedido da PGR. A instituição argumentou que não havia indícios mínimos para sustentar o oferecimento de uma denúncia.

Na decisão, Nunes também mandou, à 1ª instância da Justiça Federal, as investigações do caso sobre empresários e servidores do Ministério da Saúde, para prosseguimento das apurações.

A suspeita apurada pela CPI era de que Barros tenha cometido o crime de integrar organização criminosa ao lado de outros investigados, no processo de contratação da vacina Covaxin, a mais cara a ter negócio firmado com o Ministério da Saúde para ser usada no combate à pandemia.

Recurso

O recurso foi movido pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL). Eles pedem que Nunes reconsidere a decisão, revogando o arquivamento e determinando a instauração de um inquérito.

Para os congressistas, o conjunto de provas, levantadas no relatório final da CPI, “demonstra a existência de fortes indícios da atuação do deputado federal representado em organização criminosa, que visava à obtenção de vantagem por meio de fraude à licitação ou a contrato junto ao poder público”.

“Isto porque os fatos denunciados, por meio do relatório da Comissão, precisam ser analisados de forma conjunta com o modus operandi da organização criminosa que se pretende comprovar, de forma que as evidências do ilícito penal, imputado ao representado Ricardo Barros, não sejam interpretadas de maneira isolada e desconectada da realidade dos fatos”, afirmaram.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Nunes vota para rejeitar abertura de investigação contra Ricardo Barros sobre vacina da covid no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.