Policial é preso em operação suspeito de tentar entrar em presídio com caixa de chocolate ‘recheada’ de celulares em MT


O policial levava celulares para a penitenciária e providenciava acesso à internet para os detentos, sob a condição de que lhe fosse repassado 10% dos valores adquiridos com golpes. Delegado Bruno Grança sobre a Operação Escariotes
Um policial penal foi preso em flagrante ao tentar entrar com uma caixa de chocolates “recheada” de celulares em uma penitenciária de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, nesta quinta-feira (12), durante a Operação Escariotes. Além do policial, outros seis suspeitos foram presos.
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Ao todo, oito mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão são cumpridos nas cidades de Sinop, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá. A operação investiga uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, extorsão, corrupção ativa e passiva, além da introdução ilegal de telefones celulares na unidade prisional.
A 5ª Vara Criminal de Sinop também determinou a inclusão de três presos que estão em duas unidades prisionais de Várzea Grande, no regime disciplinar diferenciado.
Ao todo, oito mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão são cumpridos nas cidades de Sinop, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá.
Polícia Civil de Mato Grosso
Segundo a Polícia Civil, o policial foi cobrado por um dos membros do grupo sobre a prestação de contas de drogas vendidas dentro da penitenciária. Em março, ele disse ao suspeito que estava “na atividade” e que faria um “corre” de três quilos de maconha e alguns celulares.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Bruno França, o policial levava celulares para a penitenciária e providenciava acesso à internet para os detentos, sob a condição de que lhe fosse repassado 10% dos valores adquiridos com crimes como os “golpes do OLX” ou “golpes do intermediário”. A taxa paga é conhecida entre os presos como “taxa do roteador”.
Os celulares foram usados para ordenar a morte de pelo menos duas pessoas em Sorriso.
Grupos e cestas básicas
Segundo a polícia, cada integrante da organização criminosa possui uma função específica, tanto dentro das prisões quanto nas ruas. A gestão era coordenada por um grupo em aplicativo de mensagens chamado “Caramelos Alfa”.
O líder do grupo possui histórico no crime organizado e está detido em uma penitenciária estadual. Ele foi preso pela primeira vez em 2014, em que liderou uma tentativa frustrada de fuga da Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, em Sinop, e foi transferido para outras unidades, em que continuou a comandar as ações criminosas.
As ordens eram repassadas para outro suspeito, responsável pelo tráfico de drogas em Sorriso e pela distribuição de cestas básicas na cidade. Eles usavam essa estratégia para conquistar apoio ou intimidar moradores.
O segundo suspeito também possui antecedentes criminais, incluindo uma fuga da cadeia de Alta Floresta, há quatro anos, e a execução de Jonathan Kelvin, de uma organização criminosa rival.
Já um terceiro suspeito era o responsável pelo contrabando de cigarros e pela extorsão de comerciantes, atividades operadas sob o comando da facção criminosa.
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