Ativistas convocam ato contra mortes no trânsito na RMB e apontam falta de acessibilidade nas obras para COP 30


Segundo o coletivo Paráciclo, principal obra de mobilidade da Grande Belém, o BRT da rodovia BR-316 não possui ciclovias continuadas e ignora segurança e bem estar de pedestres. Ruth Costa, presidente do coletivo Paráciclo, denuncia falta de segurança no trânsito na Grande Belém
Michel Ribeiro
A insegurança do trânsito da Região Metropolitana de Belém tem culminado em acidentes e mortes nas grandes vias. O Coletivo Paráciclo, dedicado à mobilidade urbana na Amazônia, promove uma agenda de atividades e mobilizações esta semana para debater a violência no trânsito e os desafios para garantir a vida de ciclistas e pedestres na capital da COP 30. A programação, que começa nesta sexta-feira (13) e segue até sábado (14), conta com atos, oficinas gratuitas e debates abertos ao público.
Ciclista morre em acidente na avenida João Paulo II, na Grande Belém
Ciclista morre a caminho do trabalho ao ser atingido por caminhão na BR-316, no Pará
Ciclista morre atropelado por carreta em Ananindeua
Ciclista morre atropelado por ônibus no Umarizal, em Belém
Ciclista morre em acidente na avenida João Paulo II, em Belém
Segundo Ruth Costa, que integra a diretoria do coletivo, é urgente a discussão sobre a precariedade da estrutura da mobilidade em Belém diante dos casos recorrentes e mortes de ciclistas, e do avanço de grandes obras do trânsito que ignoram a segurança de transeuntes e quem pedala na capital.
“É uma incoerência muito grande Belém se preparar para sediar o maior evento mundial sobre crise climática e ignorar em seu planejamento a existência de pedestres e ciclistas – que são formas de mobilidade sustentáveis, limpas e de zero emissão de poluentes”, denuncia a cicloativista.
O coletivo convoca a população para o ato de abertura da programação, marcado para sexta-feira (13). A concentração da bicicletada será no Mercado de São Brás, a partir de 19h. A ideia é pedalar em conjunto para marcar a denúncia a respeito da insegurança que ameaça ciclistas na cidade.
“Diversas tragédias têm tirado a vida de ciclistas na cidade e nada tem sido feito para interromper esse ciclo de morte. Vamos nos mobilizar e exigir ações que garantam mais ciclovias, faixas, sinalizações e respeito no trânsito”, destaca Daniele Queiroz, presidente do Paráciclo.
Oficina e rodas de conversa
O Paráciclo promove o 1º Circuito de Mobilidade de Belém, dia 14 de dezembro, no bairro Águas Lindas. A programação será realizada com a metodologia do Café Encontro, promovida pelo AfroMob, onde, através da escuta, a missão é unir forças, competências, vivências e articulações diante da urgência na busca por soluções sobre as problemáticas da mobilidade, interseccionando com muitos fatores que impactam na vida da população.
O AfroMob é um movimento afro diaspórico pela mobilidade no Brasil, que visa debater, refletir e buscar soluções e apoios para a pauta da mobilidade urbana de forma ampla e plural do povo negro.
O encontro marca ainda a inauguração da Yellow Zone Águas Lindas Belém, ação da COP das Baixadas, como espaço de diálogo das periferias.
Toda a programação é aberta ao público, e oferta ainda uma oficina de grafite, que está com inscrições gratuitas online aqui.
Serviço:
Bicicletada pela segurança no trânsito, dia 13 de dezembro, a partir de 19h, com concentração no Mercado de São Brás, em Belém. 1º Circuito de Mobilidade de Belém,
inauguração da Yellow Zone Águas Lindas e Café Encontro, promovido pelo AfroMob. A programação ocorre dia 14 de dezembro, de 9h às 13h. Local: casa da Ruth Costa, diretoria do coletivo Paráciclo, no conjunto Jardim Nova Vida, rua João Batista 98, Bairro de Águas Lindas.
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