Suspeito que tinha arsenal avaliado em R$ 700 mil e era procurado por tentativa de feminicídio é preso em Piracicaba


De acordo com a DDM, homem realizou disparos com pistola em carro onde estava a ex e um amigo dela após ela anunciar a separação. Defesa contesta versão policial. Polícia prende suspeito de tentar matar ex-esposa e amigo dela em Piracicaba
Um homem que era procurado desde o dia 8 de agosto por tentativa de feminicídio e de homicídio em Piracicaba (SP) foi preso nesta segunda (19). Na última semana a Polícia Civil já tinha apreendido um arsenal com armas e munições avaliado em R$ 700 mil. A defesa nega as acusações.
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O suspeito é acusado de atirar contra um carro em que estava a ex-mulher e um colega de trabalho. Os dois ocupantes do veículo não ficaram feridos, mas os disparos chegaram a atingir o banco do carro em que a mulher estava, acrescentou a corporação.
O homem foi detido nesta segunda na área do Distrito Industrial e não ofereceu resistência. Segundo a delegada da DDM, Olívia dos Santos Fonseca, ele já tinha a prisão temporária decretada desde o dia 8 e os investigadores tentavam encontrá-lo.
“A gente vem monitorando para saber qual o caminho dele, onde ele estava, o que ele estaria fazendo. E no fim de semana nós passamos tentando checar alguns endereços e conseguimos constatar onde ele estava”, afirmou.
Ele foi detido depois que os policiais receberam informações que o suspeito cumpriria um compromisso de trabalho.
Arsenal apreendido durante cumprimento de mandado judicial
Polícia Civil
João Luis Junior, um dos advogados do suspeito, conversou com a reportagem da EPTV, afiliada TV Globo, e negou as acusações.
“Todas as armas são legalizadas. Não houve tentativa de feminicídio, não houve tentativa de homicídio. Ele está sim colaborando. Ele não se apresentou antecipadamente por conta dessas referências que ainda nós precisamos consertar entre os depoimentos. E existe a necessidade de maiores apurações”, informou.
A delegada do caso informou que a investigação apura sobre as permissões das armas e munições. O homem é atirador esportivo, mas a polícia vai apurar se ele tinha autorização para o material encontrado.
Ele deve ficar preso por 30 dias.
O caso
Segundo a delegada, policiais militares comunicaram o crime, ocorrido na Avenida Cruzeiro do Sul, na quinta-feira (8).
No dia anterior, a vítima, de 43 anos, comunicou ao seu marido, também de 43, o seu desejo de se separar. Por causa disso, a mulher pediu ajuda a um colega de trabalho para realizar sua mudança.
Enquanto a vítima estava dentro do veículo com o amigo, o investigado chegou junto ao carro e quando a vítima acelerou, ele realizou tiros com uma pistola calibre 9mm no carro, em direção às vítimas, segundo a Polícia Civil.
Munições que eram mantidas na empresa do investigado
Polícia Civil
Tentando fugir do investigado, as vítimas pararam o veiculo e fugiram correndo, mas o suspeito conseguiu abordar o amigo e, por meio de ameaça com arma de fogo, o obrigou a entrar no carro com ele, relatou a delegada.
No percurso, o investigado teria questionado qual era o relacionamento do amigo com a vítima, que afirmava que era uma relação de amizade. Segundo Olívia, o investigado chegou a ameaçar levá-lo até um canavial e, depois de implorar pela vida, o amigo foi liberado.
O investigado então trocou de carro e fugiu. A delegada pediu à Justiça a prisão temporária dele e mandados de busca e apreensão, já que recebeu a notícia de que ele tem registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Localização do arsenal
Na sexta-feira (9), policiais civis da unidade cumpriram mandado de busca na empresa do investigado, onde localizaram o arsenal, contando com três revólveres, seis pistolas, dois fuzis, duas espingardas, uma carabina e três rifles, além de munições, equipamentos para recarregar munições e outros.
A delegada busca agora saber até que ponto o armamento era legalizado.
Arsenal é apreendido em empresa de suspeito de tentativa de feminicídio, em Piracicaba
O que diz a defesa
Em nota ao g1, a defesa do suspeito informou na última semana que a versão divulgada pela polícia “destoa totalmente da realidade, disseminando fatos contraditórios e falaciosos”. “Trata-se apenas de versões unilaterais, sem que ainda tenha colhido o depoimento do investigado”.
Os advogados comunicaram que o investigado colabora com as investigações e, inclusive, forneceu senha de seus cofres para que os agentes da Polícia Civil pudessem acessar seus armamentos. Também destacou que todas as armas estão registradas e legalizadas perante o Exército Brasileiro e Polícia Federal.
“A defesa do investigado se resguardará ao direito do contraditório e ampla defesa a fim de esclarecer os demais pontos no decorrer do inquérito. A defesa técnica acreditará nos limites e parâmetros constitucionais do direito penal e no decorrer do inquérito policial demonstrará a verdade real do ocorrido tergiversando com as matérias veiculadas”, concluiu.
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