Maduro tenta passar imagem de moderado com libertação de presos políticos, mas ONGs contestam números de pessoas liberadas


Organizações de defesa dos direitos humanos apontam que apenas 25 pessoas, das 102 anunciadas pelo governo, foram efetivamente libertadas. Maduro se esforça para passar imagem de moderado
Falta menos de um mês para a posse presidencial na Venezuela, e o presidente Nicolás Madurotem intensificado esforços para reforçar uma imagem de moderação. O último movimento nesse sentido foi o anúncio da liberação de 102 presos políticos, embora organizações de defesa dos direitos humanos, apontem que apenas 25 pessoas foram efetivamente libertadas. Veja no vídeo acima.
Em novembro, o país foi cenário de 249 protestos contra o regime, sendo 72 deles com fogo na exigência da libertação de presos.
A Venezuela entrou nessa nova fase de detenções de opositores a partir das manifestações realizadas no dia 29 de julho, dia seguinte às eleições presidenciais venezuelanas. Nesses protestos, foram assassinadas 28 pessoas, 200 ficaram feridas e 2,4 mil pessoas foram dentistas sob acusação de serem “fascistas”, segundo o próprio Maduro.
Venezuela anúncia liberação de 102 presos políticos
Reprodução/GloboNews
ONGs contestam números oficiais
De acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, quase 1.900 críticos do regime continuam detidos. Entre eles estão desde ex-governadores e líderes políticos até cidadãos comuns, presos após críticas ao governo.
O procurador-geral da República, Tárik Williami, afirma que não existem crianças detidas, apesar das denúncias nesse sentido, mas admite que 10% dos detidos são adolescentes de 16 a 17 anos de idade.
O regime já havia turbinado um anúncio de outras pessoas liberadas em outubro. Havia dito que havia liberado 225, quando, na realidade, só haviam liberado naquela outra ocasião 169 pessoas.
Conflito eleitoral não resolvido
Maduro afirma que venceu com 51% dos votos, , mas até hoje não apresentou as atas eleitorais para comprovar a vitória. A oposição, por sua vez, alega que o candidato da oposição, Gonzales Urrutia, recebeu mais de 60% dos votos. Exilado em Madri, Urrutia promete retornar ao país para reivindicar sua posse no dia 10 de janeiro, data marcada pela Constituição para o início do novo mandato presidencial.
Enquanto isso, Maduro se prepara para prestar juramento para seu terceiro mandato consecutivo, que terá duração de seis anos, conforme previsto na legislação venezuelana.
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