Blinken diz que Netanyahu aceita proposta de cessar-fogo e pede para Hamas fazer o mesmo


Secretário de Estado dos EUA viajou para Tel Aviv para tentar destravar acordo entre grupo terrorista e Israel. Ele disse que negociações são também última oportunidade de dar fim à guerra na Faixa de Gaza. Negociadores saíram otimistas com proposta de trégua de reunião na sexta-feira (16). O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o presidente de Israel, Isaac Herzog, durante reunião em Tel Aviv para tentar destravar o acordo de cessar-fogo em Gaza, em 19 de agosto de 2024.
Kevin Mohatt/ Reuters
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira (19) que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza proposta pelos mediadores na semana passada e pediu para o grupo terrorista Hamas fazer o mesmo.
O acordo de cessar-fogo que Israel e Hamas tentam fechar desde a semana passada pode ser a última oportunidade para que os reféns ainda sob poder do Hamas sejam devolvidos e para que a guerra na Faixa de Gaza tenha um desfecho, disse nesta segunda-feira (19) o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira.
Blinken, que está em Tel Aviv desde domingo (18), tenta que as duas partes aceitem uma proposta de cessa-fogo apresentada na semana passada pelos EUA na rodada de negociações mais recente, em Doha, no Catar.
“Este é um momento decisivo, e provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para paz e segurança duradouras”, disse Blinken em Tel Aviv.
Segundo o governo israelense, o Hamas ainda tem sob seu poder 111 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra na Faixa de Gaza.
Os EUA tentam pressionar as duas partes a aceitarem os termos do acordo. Nesta manhã, Blinken se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o encontro foi “positivo”, mas não disse se aceitará ou nao a proposta.
Já o Hamas vem lançando dúvidas sobre as chances de chegar a um acordo, mas também não disse que recusou a proposta dos EUA.
O conteúdo da proposta não foi divulgado, mas, na sexta-feira, os mediadores disseram que o texto “resolve lacunas” que ficaram abertas nas negociações anteriores.
Um dos pontos de desacordo é a interrupção do ataques de Israel em Gaza. O governo israelense alega que a guerra só pode terminar com a destruição do Hamas como força militar e política, e que, para isso, é preciso fazer operações militares no território palestino, onde o grupo terrorista está baseado.
Mas o Hamas já disse que, para devolver os reféns, só aceitará um cessar-fogo permanente, e não temporário.
Há divergências também sobre a presença militar contínua de Israel dentro de Gaza, particularmente ao longo da fronteira com o Egito, sobre a livre movimentação de palestinos dentro do território e sobre a identidade e o número de prisioneiros a serem libertados em uma troca.
No fim desta semana, as partes envolvidas e os mediadores — EUA, Egito e Catar — voltarão a se reunir em Doha para uma nova rodada de negociações.
Em paralelo, a incursão isralense avançou novamente na Faixa de Gaza nest segunda-feira. Segundo moradores de Khan Yunes, no sul de Gaza, soldados fizeram uma operação na cidade nesta manhã.
Já no domingo, um atentado em Tel Aviv deixou uma pessoa ferida. O Hamas reivindicou autoria do ataque.
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