‘A mágica das bolhas’: entenda as diferenças entre espumantes e frisantes e como cada bebida é produzida


TV TEM conversou com um enólogo para explicar as principais diferenças entre as bebidas. Além disso, produtores de espumantes das regiões de Sorocaba e Jundiaí (SP) esperam vender mais em comparação a 2023. Em São Roque (SP) uma das mais tradicionais vinícolas espera vender 20% a mais em comparação a 2023
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Os produtores de espumantes das regiões de Sorocaba e Jundiaí (SP) esperam aumentar as vendas neste fim de ano. Para isso, a fabricação já começou em agosto para que não falte nas mesas dos consumidores durante as comemorações.
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A produção de um espumante começa com a esterilização dos vasilhames que receberão a bebida, que ao ser introduzido está com a temperatura próxima de 0ºC. Depois de extrair oxigênio e introduzir nitrogênio (que evita a oxidação), vem o fechamento com a rolha. Em seguida, a garrafa é lacrada. Nesse caminho, o espumante ou frizante vai voltando à temperatura ambiente. Depois, é feita a rotulagem e, por fim, a embalagem.
Uma junção de fatores explica o sucesso dos espumantes e frisantes no Brasil. Primeiro, o país tem o “terroir” ideal para a produção das uvas. Isso significa que o clima, o regime de chuva e o solo estão na medida para a fruta. Em segundo lugar, as festas de fim de ano acontecem em temporada de calor no país.
Fabricantes esperam aumento de 40% na procura por espumantes no fim do ano
🍾Mas afinal, qual é a diferença entre espumante e frisante?
Segundo o enólogo Fábio Góes, a principal diferença está nas bolhas. Tanto o espumante, quanto o frisante, têm o vinho como base. Mas é a presença do gás carbônico que muda tanto o gosto, como o visual.
Durante a produção de um espumante, o vinho base é feito e, em seguida, acontece a fermentação. “Faz o vinho base, que ainda não tem o gás carbônico, e depois desse vinho base, você pega e refermenta ele, faz uma segunda fermentação”, explica Fábio.
É nesta segunda fermentação que acontece a formação da espuma. “Toda a gaseificação de todo o espumante, seja ele brut, extra brut, que é a classificação dos açúcares dele, a gaseificação é natural”, completa.
Já para produzir um frisante, é preciso usar o vinho pronto e injetar gás carbônico.
“Sempre quando você degusta um espumante do lado de um frisante, o espumante sempre vai ter uma presença maior das bolhinhas, e o frisante tem essa intensidade menor de CO2. Normalmente, as bolhinhas são um pouco maiores, que daí é uma característica do CO2 que foi colocado, e essas são as principais características em relação de um com o outro”, pontua.
Aumento nas vendas
O presidente de uma das mais tradicionais vinícolas de São Roque (SP), Cláudio Góes, explica que a negociação e a produção da bebida começa já em agosto e que, neste ano, espera vender ainda mais em comparação a 2023. A expectativa é de que a procura aumente em 40%. “Os nossos produtos vão para vários estados do Brasil, em especial na região sudeste, uma grande participação no estado de São Paulo”, diz Cláudio.
“Nesta época, as vendas começam com mais ênfases entre os meses de novembro e dezembro, o que equivale a 40% do consumo do ano no Brasil. Em especial, a nossa vinícola está com aumento de 20% em relação ao ano passado”, comenta.
A expectativa é que a procura aumente em 40% em uma vinícola de São Roque
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Além da região de Sorocaba, Jundiaí (SP) também é um dos grandes polos de fabricação dos espumantes. É no município que uma das maiores empresas do ramo de bebidas da América Latina está localizada. Até o final do ano, serão 11 mil litros de espumantes produzidos.
O gerente de marketing Luciano Andrade explica que esse crescimento na produção em Jundiaí é fruto dos ótimos indicadores econômicos no atual cenário do país.
“Isso representa um aumento de 15% e 18% em comparação a 2023. Todos os indicadores econômicos deste ano estão trazendo para a gente que teremos um final de ano mais interessante do que os outros anos. Redução da taxa de juros, aumento de emprego, inflação sob controle e mesmo o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil crescendo em uma velocidade interessante, então a gente tem uma expectativa muito grande para esse fim de ano. E agora é a hora da verdade, em que nossos consumidores vão buscar nossos produtos”, diz.
Para lidar com o aumento da produção, a empresa onde Luciano trabalha também aumentou a mão de obra. Por lá, são 111 profissionais que atuam para dar conta dos aumentos dos pedidos, além de mais 70 funcionários temporários serem contratados. O número ajuda a suprir a produção que costuma aumentar em 60% nas últimas semanas de dezembro.
O crescimento representa entre 15% e 18% em relação a 2023, segundo o gerente de Marketing Luciano Andrade
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Em Jundiaí (SP) está localizada a maior fábrica da América Latina da bebida
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