Ex-governador do TO, Carlesse será transferido para Palmas e diz não saber motivo da prisão: ‘Dizendo que eu ia fugir do país’


Carlesse foi preso em cumprimento a mandado de prisão em fazenda. Segundo o Ministério Público Estadual (MPTO), Mauro Carlesse passou por audiência de custódia ainda na tarde deste domingo (15). Mauro Carlesse saiu do IML de Gurupi e seguiu para a unidade penal
Antoniel Cavalcante/Ronda Policial Tocantins
O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) passou por audiência de custódia e será transferido para uma carceragem em Palmas. Ele foi preso na manhã deste domingo (15) em uma fazenda em São Salvador, na região sul do estado. Ele diz não saber o motivo da prisão, mas afirmou que está à disposição da Justiça.
“Prestar esclarecimento para a Justiça. Um mandado não sei o porquê, dizendo que ia fugir do país, coisa parecida com isso. Ainda não tenho acesso, mas vou me inteirar para poder me defender e estou a disposição da Justiça”, disse Mauro Carlesse após a prisão.
O ex-governador Mauro Carlesse é investigado em vários processos. Ele foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPTO, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPTO), durante a audiência de custódia, na tarde deste domingo (15), foi determinado o recambiamento de Carlesse para Palmas, comarca de origem da ordem de prisão, onde ele permanecerá à disposição da Justiça.
O local onde ele ficará detido não foi informado.
O g1 questionou à Polícia Militar se o ex-governador ficará detido no batalhão da PM, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.
Prisão por suspeita de fuga
Conforme o Ministério Público, a prisão aconteceu por que existem indícios de que o ex-governador teria um possível plano de fuga para o exterior. Como o caso está em sigilo judicial, o teor da investigação não foi divulgado pelo órgão.
Logo após a prisão, Carlesse foi levado para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Gurupi e, posteriormente, seguiu para a Unidade Penal da cidade até a audiência de custódia.
Ele deve ser transferido para Palmas ainda neste domingo (15).
Além da prisão de Mauro Carlesse, a Justiça expediu outro mandado contra Claudinei Quaresemin, também investigado por envolvimento em um esquema de corrupção. Ele já está preso por outra investigação, a “Operação Overclean”, deflagrada no dia 10 de dezembro. Ele teria atuado, segundo a Polícia Federal, em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro quando era secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins.
O g1 tenta localizar a defesa de Claudinei Quaresemin.
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Investigações e renúncia
Mauro Carlesse assumiu o Poder Executivo do Tocantins em 2018. Ele era presidente da Assembleia Legislativa e acabou na cadeira de governador porque Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), então governador e vice, foram cassados por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, após condenação por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014.
Carlesse assumiu o mandato de forma interina e conseguiu se manter no cargo em uma eleição suplementar e depois novamente na eleição geral de 2018.
Ele ficou no cargo até outubro de 2021 quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça por suspeita de corrupção. Na época, a Polícia Federal apontou que Carlesse estava envolvido em um esquema de recebimento de propinas e também interferência política na Polícia Civil.
Ele renunciou o cargo antes da votação pelo impeachment na Assembleia Legislativa. Com a renúncia, Wanderlei Barbosa (Republicanos), seu vice, assumiu o cargo.
Neste ano, Carlesse teve seu nome envolvido em investigação sobre crimes de fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins, ocorridas no ano que assumiu o governo. Foram cumpridos mandados de prisão nos endereços do político e houve inclusive a apreensão de um veículo de luxo.
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