Voepass e helicóptero desaparecido: relembre acidentes aéreos de 2024

Com a queda do ATR-72 da Voepass, ocorrida no dia 9 de agosto, o ano de 2024 foi marcado pelo primeiro acidente aéreo envolvendo a aviação comercial regular brasileira desde 2007 –quando o Airbus A-320 da TAM atingiu um prédio da própria companhia no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixando 199 mortes.

Ao longo de 2024, o Brasil registrou outras ocorrências envolvendo aeronaves, como a queda de um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o acidente com um avião que levava empresários do setor financeiro e o helicóptero acidentado encontrado no interior de São Paulo 12 dias após cair em uma área de mata.

Relembre os principais acidentes

Voo 2283 da Voepass

O ATR 72-500 da Voepass, de prefixo PS-VPB, decolou de Cascavel (PR) às 11h58 e tinha como destino o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O avião, porém, perdeu o controle e caiu às 13h21 em um condomínio de chácaras em Vinhedo, no interior paulista.

Todas as pessoas a bordo morreram, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. A ocorrência foi registrada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) como perda de controle em voo e formação de gelo.

Veja quem eram as vítimas.

Relatório preliminar do acidente, elaborado pelo Cenipa, revela que, pouco antes de cair, o piloto da aeronave comentou: “bastante gelo”. A possibilidade investigada é de que o excesso de gelo nas asas tenha contribuído para o acidente.

As causas do acidente serão estabelecidas pelo Cenipa após a conclusão do relatório final sobre o caso. Não há uma data para que o relatório seja concluído.

“Novos dados factuais estão em processo de coleta para posterior validação, a fim de fundamentar as análises, de modo a garantir a precisão e a confiabilidade das conclusões que serão apresentadas no Relatório Final”, diz o Cenipa.

Veja fotos do acidente da Voepass:

Queda de helicóptero dos bombeiros

Um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais caiu no dia 11 de outubro na região de Ouro Preto, no interior do estado. Ninguém sobreviveu.

Os seis agentes a bordo estavam em uma missão de resgate de outro acidente aéreo que havia acontecido pouco antes na mesma região e que deixou uma pessoa morta.

Batizado de Arcanjo 04, o helicóptero dos bombeiros era um Eurocopter modelo BK 117 C2, prefixo PR-UEA, fabricado em 2013.

As vítimas a bordo eram o capitão Wilker Tadeu Alves da Silva, o tenente Victor Stehling Schirmer, o sargento Welerson Gonçalves Filgueiros, o sargento Gabriel Ferreira Lima e Silva, o médico Marcos Rodrigo Trindade e o enfermeiro Bruno Sudário França. Os dois últimos eram socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo o Corpo de Bombeiros, o helicóptero se chocou contra um paredão na mata e caiu em uma área de difícil acesso. Os corpos das seis vítimas foram velados em uma cerimônia coletiva realizada em Belo Horizonte.

Queda de avião com empresários do setor financeiro

No dia 28 de janeiro, um avião com sete pessoas caiu em Itapeva (MG). Nenhum dos ocupantes da aeronave –sendo dois tripulantes e cinco passageiros– sobreviveu.

O avião, um turboélice monomotor modelo PA-46-350P, prefixo PS-MTG, decolou do Aeroporto Estadual de Campos dos Amarais, em Campinas (SP), e tinha como destino o aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.

A aeronave caiu por volta das 10h no bairro Monjolinho, na zona rural de Itapeva. Em linha reta, o local da queda fica a cerca de 90 quilômetros do local da decolagem e a aproximadamente 250 quilômetros do aeródromo onde deveria pousar.

Entre os cinco passageiros estavam os empresários Marcílio Franco e André Amaral, que eram sócios da empresa Credfranco, sediada em Belo Horizonte.

As outras pessoas que morreram no acidente eram Raquel Souza Neves Silveira (esposa de Marcílio), Antônio Neves Silveira (filho de Marcílio e Raquel), Fernanda Luísa Costa Amaral (esposa de André) e os tripulantes Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira (piloto) e André Rodrigues do Amaral (copiloto).

Testemunhas afirmaram ter visto o avião se partindo no ar enquanto sobrevoava a região, e depois suas partes caindo gradualmente no chão. Destroços do turboélice caíram num raio de quase 1 quilômetro do local da queda.

Helicóptero localizado 12 dias após desaparecimento

Após 12 dias de buscas, a Polícia Militar de São Paulo localizou no dia 12 de janeiro os destroços do helicóptero que havia decolado no dia 31 de dezembro de 2023 do aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, e iria para Ilhabela, no litoral norte do estado.

Todas as quatro pessoas a bordo morreram. O helicóptero foi localizado em Paraibuna, cidade no Vale do Paraíba localizada a cerca de 125 quilômetros da cidade de São Paulo.

O helicóptero era um Robinson R44, prefixo PR-HDB, e foi fabricado em 2001. O equipamento era pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos. Além dele, estavam no voo o empresário Raphael Torres, 41, a comerciante Luciana Marley Rodzewics Santos, 46, e a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20.

O relatório sobre as causas do acidente ainda não foi concluído pelo Cenipa. Em entrevista coletiva logo após os destroços terem sido localizados, o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, chefe do Comando de Aviação da PM, afirmou que ainda não é possível esclarecer o que provocou a queda, mas que é possível que o mau tempo tenha contribuído para o acidente.

“Ele [o piloto] pode entrar no mau tempo, perder visibilidade e a consciência situacional e desorientar. É comum para quem entra inadvertidamente na área de nuvem”, explica.

Antes da queda, o helicóptero havia feito um pouso de emergência perto da represa de Paraibuna, a cerca de 10 quilômetros do local onde os destroços foram encontrados. Em conversas com o operador do heliponto, o piloto havia manifestado dificuldade para voar em razão das nuvens. Passageiros também chegaram a mandar mensagens a pessoas próximas dizendo que o tempo estava ruim e que a aeronave tentaria voltar a São Paulo.

Outro acidente em Paraibuna

No dia 24 de outubro, um Embraer 121 Xingu caiu em Paraibuna e deixou cinco pessoas mortas. O acidente ocorreu a aproximadamente 30 quilômetros do local onde o helicóptero foi localizado em janeiro.

O avião decolou de Florianópolis (SC), às 16h51, com destino a cidade de Belo Horizonte (MG). A aeronave pertencia à companhia aérea Abaeté Aviação e os cinco ocupantes eram funcionários da empresa.

O Corpo de Bombeiros informou que a aeronave colidiu com um morro e, após o impacto, pegou fogo.

“A causa do acidente ainda é desconhecida. A empresa está trabalhando junto às autoridades de investigação de acidentes e oferecendo toda a assistência possível neste momento difícil”, disse a companhia aérea, em nota. O relatório desta ocorrência também não foi concluído.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Voepass e helicóptero desaparecido: relembre acidentes aéreos de 2024 no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.