Após receber medula óssea, menino de 8 anos homenageia hospital no interior de SP com reprodução no Minecraft


Garoto, natural de Fortaleza (CE), passou pelo transplante de medula óssea em São José do Rio Preto (SP) após o diagnóstico de leucemia. Após receber medula óssea, menino homenageia hospital de Rio Preto no Minecraft
Um menino de oito anos beneficiado com transplante de medula óssea decidiu homenagear o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto (SP) criando uma reprodução em 3D da instituição de saúde no Minecraft, um dos jogos eletrônicos mais populares da atualidade.
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Francisco Souza, 8 anos, exibe a reprodução do Hospital da Criança de Rio Preto (SP) que ele montou no Minecraft
HCM/Divulgação
Diagnosticado com leucemia em 2018, Francisco Kaio de Souza, natural de Fortaleza (CE), recebeu a nova medula óssea em março de 2023, no HCM de Rio Preto.
Como forma de agradecimento, o garoto reproduziu a instituição de saúde em ambiente tridimensional no Minecraft, game mais vendido dos últimos tempos, com mais de 300 milhões de cópias e cerca de 140 milhões de jogadores ativos mensalmente.
Por meio do software, os jogadores exploram um mundo aberto tridimensional, pixelizado em blocos. Eles podem construir estruturas a partir de matérias-primas extraídas com ferramentas como picaretas. Também conseguem cooperar ou competir contra outros jogadores no mesmo mundo, combatendo inimigos controlados pelo computador.
“Eu estava construindo uma cidade, fazendo as casas, um aeroporto. Daí resolvi fazer um hospital igualzinho ao HCM”, conta Francisco.
Fachada do Hospital da Criança de Rio Preto (SP) e Francisco Souza, de oito anos, no destaque
HCM/Divulgação
Agradecimento
Ao voltar para Rio Preto, no dia 3 de dezembro, para consulta periódica de acompanhamento, o menino mostrou o jogo para os médicos e funcionários. A emoção foi imediata.
“Ficamos imensamente felizes quando os pacientes, como o Francisco, nos reconhecem e fazem gestos tão singelos, mas de grande valor, como essa homenagem”, disse o médico João Victor Feliciano, líder do Setor de Transplante de Medula Óssea, da Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme).
O modelo 3D elaborado por Francisco guarda grande semelhança com prédio real: a fachada é idêntica, com a mesma divisão por blocos. Chamam a atenção as janelas, com o mesmo colorido do hospital, a parte do edifício preferida pelo paciente mirim.
Para simular o HCM no Minecraft, Francisco recorreu às lembranças que adquiriu durante o período em que permaneceu internado.
Ao g1, ele contou que, em caso de dúvidas, observava as características do local por meio das fotos que a mãe mostrava. De “pouquinho em pouquinho”, como conta o menino, a construção terminou em dez dias.
“Dá para andar dentro, e eu ainda vou mobiliar o hospital. Só não dá para subir de elevador, porque faltam os controles”, afirma Francisco.
Ele também elogia a equipe da instituição: “Os médicos são bons e muito carinhosos”, diz.
Referência
A mãe do garoto, Maria Tatiane de Souza, também destaca o acolhimento recebido pela família na instituição de saúde, que é referência em procedimentos de alta complexidade: “A equipe do HCM nos apoiou em todo o processo. O hospital é maravilhoso”, diz.
Ela conta que, aos dois anos de idade, Francisco começou a apresentar manchas roxas pelo corpo, que foram se espalhando, com febres constantes, sem que a rede pública descobrisse a causa. Após episódios de sangramento, a família bancou um exame particular que diagnosticou a leucemia.
Tatiane Souza com o filho Francisco, durante consulta no HCM de Rio Preto (SP) para acompanhar o tratamento após transplante de medula óssea
HCM/Divulgação
Os pais mudaram-se com Francisco do interior do Ceará para a capital Fortaleza para que ele fizesse o tratamento de quimioterapia.
Tatiane conta que, após seis meses de recuperação do filho, a leucemia teve recidiva. O transplante de medula passou a ser a alternativa. Com a indicação do HCM de Rio Preto, a família procurou o hospital e obteve autorização para o procedimento. O pai foi o doador da medula.
Quase dois anos depois do transplante, Francisco afirma que se sente “muito bem, com bastante energia”.
Ele encara uma viagem de cinco horas de avião de Fortaleza a Rio Preto, com escala em São Paulo, para passar por acompanhamento no HCM. A próxima consulta está marcada para fevereiro. Até lá, o hospital no Minecraft já vai estar mobiliado e com os detalhes aprimorados.
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