Roubo de armas no DF: em 2023, mesma loja foi alvo de furto e proprietário mentiu sobre número de equipamentos levados, diz polícia


Empresário foi preso depois que suspeito de invadir loja confessou crime, mas disse que não havia armas no local. Investigação aponta que Tiago Henrique Nunes de Lima vendeu armas e munições ilegais antes do suposto roubo. Fachada da loja de armas investigada pela polícia
TV Globo/Reprodução
O dono de uma loja de armas do Distrito Federal, preso como suspeito de denunciar um falso crime de furto de 100 armas em Ceilândia, em junho deste ano. Ele já havia registrado outro roubo ao comércio em 2023. De acordo com a Polícia Civil, à época, Tiago Henrique Nunes de Lima aumentou o número de armas roubadas.
“O autor [do roubo de 2023] confessou que havia feito a subtração, mas não do quantitativo dado como tendo sido levado pelo empresário”, diz o delegado responsável pelo caso, Thiago Carvalho.
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Tiago Henrique Nunes de Lima é dono da empresa Delta Guns. A defesa do empresário diz que ele se apresentou voluntariamente à polícia e que não deixou de colaborar com as investigações.
Conforme a polícia, Lima mentiu ao dizer que em junho 100 armas foram levadas e usou o suposto furto para esconder o desaparecimento de 76 armas de fogo (veja detalhes abaixo). Segundo a investigação, o material foi vendido antes.
O suspeito de invadir a loja de Tiago Henrique em 2024 também se chama Thiago Braga Martins e confessou o crime. Mas disse que não havia armas no local, ou seja: a invasão aconteceu, mas não havia armamento para ser furtado.
Até a última atualização desta reportagem, a polícia não havia encontrado uma relação entre o roubo praticado em 2023 e o supostamente cometido em junho deste ano.
Quem é o dono da loja de armas?
Tiago Henrique Nunes de Lima: empresário dono da loja Delta Guns, em Ceilândia.
Em junho deste ano, o dono da loja Delta Guns, comunicou o roubo de 100 armas, a maioria de grosso calibre. Revólveres, pistolas e carabina estavam entre os objetos furtados.
Tiago Henrique está preso há 15 dias por suspeita de comunicação de um falso crime. Isso porque as investigações apontam que um grupo tentou furtar a loja, mas os suspeitos dizem que não havia armas no local, logo, o crime não teria acontecido.
Nesta segunda (19), a polícia apreendeu 69 armas ligadas a Tiago Henrique. Os policiais dizem que são armas regulares, mas foram apreendidas para evitar que fossem vendidas de maneira ilegal.
De acordo com o Exército – que é o órgão responsável pela fiscalização e autorização de venda de armamento no Brasil –, a Delta Guns tem as licenças necessárias para a comercialização de armas. No começo de junho, o local foi fiscalizado e não foi encontrada nenhuma irregularidade, conforme o Exército.
Quem tentou furtar a loja?
Thiago Braga Martins: apontado pela polícia como autor intelectual da invasão à Delta Guns.
Thiago Braga Martins é o suspeito apontado como quem planejou a invasão e a tentativa de furto à Delta Guns. Ele teria alugado uma loja ao lado, junto com outras três pessoas.
O grupo abriu um buraco na parede que separa as duas lojas para furtar as armas da Delta Guns. Eles confessaram o crime para a polícia, mas disseram que não havia armas no local, ou seja, que nada foi levado.
A polícia encontrou Thiago Braga Martins em Palmas, no Tocantis, onde ele está preso por arrombar uma joalheria.
“Thiago Braga Martins é antigo conhecido da Polícia Civil do Distrito Federal pela prática de crimes complexos feitos contra ao patrimônio, especialmente arrombamentos de cofres e lojas”, diz o delegado Thiago Carvalho.
Por isso, a investigação aponta que o proprietário da Delta Guns, Tiago Henrique Nunes de Lima, denunciou um falso crime.
Relembre o caso de junho em 2024
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Os suspeitos fizeram um buraco na parede para entrar na loja e arrombar a sala-cofre onde estava o arsenal da Delta Guns. Foram quebradas duas portas de ferro e um cofre pequeno.
O proprietário da loja, Tiago Henrique Nunes de Lima, avisou a polícia sobre o furto dois dias depois. A Conforme a Polícia Militar do Distrito Federal, no dia do crime não houve registro de chamado de equipes.
O crime só foi comunicado após o dono da loja receber uma ligação do dono da imobiliária, que aluga o espaço para ele. A loja, segundo o dono, tinha 17 câmeras de monitoramento, alarme, sensor de presença, de vibrações.
Na época do crime, os investigadores disseram que as câmeras de segurança do local foram levadas pelos suspeitos. O comércio não tinha compartilhamento em nuvem dos vídeos e nem um sistema de backup, segundo a polícia.
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