Delegado preso em operação da PF e MP contra corrupção policial foi delatado por Gritzbach antes de empresário ser assassinado


Um delegado e quatro policiais civis são alvo de mandados de prisão. Ação reúne dados de diversas investigações sobre a facção, inclusive o homicídio do delator Vinícius Gritzbach. PF e do Ministério Público fazem operação para prender policiais
Foto: Divulgação
O delegado Fabio Baena, preso nesta terça-feira ( 17) numa operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) contra corrupção policial, havia sido delatado por Vinicius Gritzbach antes de o empresário ser assassinado em novembro.
Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Dois homens estão presos pela força-tarefa suspeitos de participarem da execução do empresário. Eles teriam ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A força-tarefa, que é composta por autoridades policiais, também investiga se policiais estão envolvidos no homicídio de Gritzbach.
Em 2023, o empresário havia denunciado Baena e outros policiais civis por extorsão. Em deleção premiada dada à época ao Ministério Público, o empresário havia dito que os agentes cobraram dinheiro dele para não responsabilizá-lo pelos assassinatos de dois integrantes do facção criminosa PCC.
Uma operação deflagrada nesta terça-feira (17) prendeu um delegado e três policiais civis suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Outras duas pessoas foram presas também.
A ação é realizada pela Polícia Federal (PF) e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, buscas e apreensões em endereços relacionados a eles, e outras medidas cautelares como bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
A operação é resultante do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. (Veja no vídeo abaixo.)
Caso Gritzbach: novas imagens mostram momento da execução do empresário
O delegado preso é Fabio Baena, que foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC.
Segundo fontes do caso, as apurações levaram à descoberta de um esquema criminoso que envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.
São 130 policiais federais e promotores com apoio da Corregedoria nas ruas. Ao todo, eles tentam cumprir 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital de São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.
Os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
A operação foi batizada de Tacitus, termo que vem do latim que significa silencioso ou não dito, em alusão à forma de atuar da organização criminosa.
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Os policiais civis são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada. Eles também são suspeitos de desviar bens que deveriam ser apreendidos.
Esta reportagem está em atualização.
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