Operação combate fraude em registros de CACs para beneficiar facções no RS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), uma operação contra suspeitos de omitir antecedentes criminais para concessão e manutenção de registros para Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).

A ação cumpriu 82 mandados de busca e apreensão em 34 cidades gaúchas, incluindo Porto Alegre, e também em um município catarinense. Dentre os locais visitados estão quatro casas prisionais.

De acordo com a última atualização, uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de armas e foram apreendidas cerca de 90 munições, mais de 70 armas, um drone e diversos documentos.

A investigação aponta que criminosos estavam fazendo falsas declarações de idoneidade (ou seja, omitindo antecedentes criminais) para obter a permissão de CAC do Exército e, a partir disso, adquirir armamentos.

Estas armas e munições, por sua vez, eram repassadas para facções.

“Muitos deles estavam condenados criminalmente, e alguns respondendo a processo criminal por crimes graves no momento da obtenção dos certificados. Crimes como estupro, homicídio, extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas e tráfico internacional de armas de fogo”, apontou Diego Ruas, promotor de Justiça do Ministério Público Militar.

No estado, foram identificados nove CACs com indícios de ligação com facções. Outros 32 estão envolvidos em crimes de fraude perante o Exército.

Nesta primeira fase da investigação, foram detectadas 141 armas irregulares. “De imediato, os registros desses alvos são submetidos a suspensão e é aberto um processo administrativo para o cancelamento do Certificado de Registro”, explicou Cel. Nei dos Santos, chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 3ª Região Militar.

De acordo com o MP, durante a investigação foi descoberto que há dois CACs que estão, atualmente, dentro de presídios e outros dois utilizam tornozeleira eletrônica.

Além disso, há outro suspeito que tem 23 ocorrências por estelionato e mais um caso de um que, em 2015, trocou tiros com policiais penais dentro de um hospital em Porto Alegre.

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