MP denuncia 14 jovens suspeitos de integrar organização criminosa em Ribeirão Preto para dar golpes na internet


Segundo a promotoria, cerca de 240 pessoas foram vítimas e o prejuízo causado está estimado em R$ 340 mil. Falso e-commerce e perfis usurpados faziam parte da estratégia do grupo. Ministério Público denuncia quadrilha de Ribeirão Preto que dá golpes na internet
O Ministério Público em Ribeirão Preto (SP) denunciou 14 pessoas por fazerem parte de uma organização criminosa para aplicar golpes na internet. O grupo, formado por jovens na faixa etária dos 25 anos, fez cerca de 240 vítimas e causou um prejuízo de R$ 346 mil, segundo a promotoria.
Em novembro, o grupo foi alvo de uma operação da Polícia Civil, que resultou na prisão de oito integrantes do esquema. Seis deles, no entanto, entre eles um dos líderes, estão foragidos.
Ao todo, a organização movimentou 314 contas bancárias, em nomes de pessoas físicas e jurídicas. O promotor Augusto Soares de Arruda Neto classificou a atuação da quadrilha como “criminalidade moderna”.
“Assim que caía o dinheiro, já transferiam para outras contas, pulverizando, para dificultar o rastreamento e fazendo saques. Isso se trata da criminalidade moderna, visa o lucro e de uma forma mais fácil, enganando as pessoas pela internet, sem sair de casa”, diz Arruda Neto.
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Operação que mira quadrilha responsável por aplicar golpes digitais em São Paulo apreendeu celulares e dinheiro em espécie na região de Ribeirão Preto
Polícia Civil
Atuação
As investigações revelaram que a quadrilha agia de duas maneiras:
Criava anúncios de produtos na internet imitando sites de grandes lojas já conhecidas do público. O cliente fazia o pagamento via depósito em uma conta bancária que também imitava o nome da empresa. O dinheiro era sacado da conta pela quadrilha e o cliente não recebia o produto.
Se passavam por familiares ou conhecidos das vítimas para pedir dinheiro por meio do WhatsApp. As vítimas faziam as transferências bancárias acreditando que estavam ajudando quem estava pedindo o valor.
Segundo o promotor de Justiça, a organização estava divida em quatro funções:
Líderes: duas pessoas, uma delas identificada como Diego de Oliveira Amorim, que está foragido, decidiam toda a operação.
Gerentes: responsáveis pela operacionalização do esquema, envio de dinheiro aos líderes e recrutamento de pessoas para emprestar dados bancários.
Conteiros: pessoas que emprestavam suas contas bancárias para depósitos das vítimas.
Operários: responsáveis pelos saques e pela pulverização do dinheiro obtido com os golpes.
Diego Oliveira Amorim é apontado pelo MP como líder de organização criminosa em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Investigação já dura quase dois anos
De acordo com a investigação, apontado como um dos líderes, Diego de Oliveira Amorim é procurado pela polícia. O nome dele apareceu em um dos casos que deu início às investigações.
Em 21 de janeiro de 2023, após denúncia, policiais militares foram até um caixa eletrônico em um posto de combustíveis da zona sul da cidade e encontraram um homem com 17 cartões de bancos e R$ 14,5 mil.
Ao ser questionado, o homem disse que os cartões pertenciam à mãe e aos irmãos e que o dinheiro era de Diego de Oliveira Amorim. A polícia apurou que Diego praticava crimes de estelionato.
“A partir daí, foi feita uma investigação ligando dados entre os nomes das pessoas e, depois, mediante quebra de sigilo bancário e telefônico, apurou-se o envolvimento de 14 pessoas em uma organização criminosa estruturada com dois líderes, três gerentes e nove operários, que praticavam golpes pela internet, conseguiam arrecadar o dinheiro e lavavam o dinheiro”, diz Arruda Neto.
O advogado Telles Rodrigo Gonçalves, que defende Diego, afirmou que o mandado de prisão foi cumprido no endereço antigo dele e não no endereço atual. Segundo ele, Amorim está à disposição da justiça e a inocência dele será provada no decorrer do processo.
Segundo o promotor, cerca de 240 vítimas foram identificadas até o momento, mas o número pode ser maior porque há pessoas de diferentes regiões do país. Arruda Neto orienta as pessoas que se sentiram lesadas a procurar a polícia para registrar boletim de ocorrência por estelionato.
“As vitimas são difusas, os crimes de estelionato serão apurados na origem, nos locais onde sofreram prejuízo. As vítimas precisam abrir o boletim de ocorrência.”
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