Gripe aviária eleva preços de ovos nos EUA a valores recordes antes do Natal

Os preços dos ovos no atacado dos Estados Unidos estão batendo recordes, já que um surto acelerado de gripe aviária em galinhas poedeiras reduz os suprimentos, enquanto os consumidores compram mais para fazer biscoitos de Natal e outras guloseimas de fim de ano.

Os aumentos atingem os consumidores que já estão lutando contra uma inflação teimosa e se preparando para preços potencialmente mais altos em uma ampla gama de itens se o presidente eleito Donald Trump levar adiante seus planos de impor tarifas sobre produtos da China e do México.

Os preços no atacado de ovos grandes chegaram a 5,57 dólares por dúzia no Meio-Oeste na quarta-feira, um aumento de 150% em relação ao ano anterior e superando o recorde anterior de 5,46 dólares de dezembro de 2022, informou a empresa de dados de commodities Expana.

Os preços são ainda mais difíceis de suportar na Califórnia, onde os suprimentos são mais limitados por regras que proíbem os agricultores de criar galinhas em gaiolas. Lá, os ovos atingiram um recorde 8,85 dólares por dúzia, informou a Expana.

Esses preços altos são uma bonança para os produtores que conseguem evitar surtos de gripe aviária e não estão presos a acordos de preços de longo prazo que ajudam a controlar os custos em alguns dos principais varejistas. Mas os consumidores ainda podem ser prejudicados.

Novos aumentos de preços

Os varejistas têm demorado a repassar os custos mais altos, em parte porque não querem afugentar os compradores durante a movimentada temporada de férias, mas podem aumentar os preços no ano novo, disse Karyn Rispoli, editora-gerente de ovos da Expana.

Em um sinal inicial de impacto, a cadeia de supermercados americana Giant, de propriedade da Ahold Delhaize, cancelou uma promoção planejada para janeiro em Washington e Baltimore, disse o diretor de preços da Giant, Erik Weenink.

“Simplesmente não sabemos onde os custos vão se situar”, disse ele.

O principal fator que está elevando os preços dos ovos são os danos causados pela gripe aviária ao plantel de poedeiras. O vírus dizimou quase 123 milhões de galinhas, perus e outras aves em 49 estados desde o início do surto em 2022.

Em todo o país, o plantel de galinhas poedeiras dos EUA em outubro caiu 3% em relação ao ano anterior, com cerca de 315 milhões de aves, e a produção de ovos caiu 4%, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.

Este mês, o USDA reduziu suas previsões para a produção e exportação de ovos em 2025, ao mesmo tempo em que aumentou sua perspectiva de preços.

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“Não há oferta suficiente para os mercados de exportação, assim como não há tanta oferta para o mercado dos EUA”, disse Greg Tyler, CEO do USA Poultry & Egg Export Council, um grupo comercial.

Humanos afetados

Dos 35 milhões de galinhas poedeiras comerciais mortas pela gripe aviária este ano, quase metade contraiu o vírus nos últimos três meses, segundo dados.

Os trabalhadores de Iowa, o principal Estado produtor de ovos, começaram a abater um plantel de 4,2 milhões de galinhas que tiveram resultado positivo neste mês.

“Estamos em uma daquelas janelas em que a doença é simplesmente desenfreada”, disse Rispoli.

As aves selvagens podem transmitir o vírus para os lotes de aves.

Este ano, os surtos entre as vacas também aumentaram os riscos de os caminhões de entrega das fazendas transportarem o vírus para os galpões de aves a partir dos laticínios.

O vírus infectou 61 pessoas até agora neste ano, de acordo com dados federais. Os casos em humanos têm sido, em sua maioria, leves, embora as autoridades tenham confirmado o primeiro caso grave esta semana na Louisiana.

O USDA tem financiado pesquisas de vacinas que poderiam ser usadas para proteger aves e vacas da gripe aviária.

O secretário de Agricultura, Tom Vilsack, disse à Reuters que a agência tem fundos para comprar parte da vacina e que seria lógico que o governo Trump continuasse apoiando o desenvolvimento da vacina.

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