Ministro das Relações Exteriores da Turquia se reúne com novo líder da Síria

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, reuniu-se neste domingo (22) com o líder do grupo rebelde da Síria, Ahmed al-Sharaa — também conhecido como Abu Mohammed al-Golani — em Damasco, disse o Ministério das Relações Exteriores da Turquia, sem fornecer mais detalhes.

Fotografias e imagens compartilhadas pela pasta mostraram Fidan e Sharaa, líder do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou a operação para derrubar Bashar al-Assad há duas semanas, caminhando à frente de uma delegação lotada antes de posar para fotos.

Os dois também são vistos apertando as mãos, se abraçando e sorrindo. Na sexta-feira, o presidente turco Tayyip Erdogan disse que a Turquia ajudará a nova administração da Síria a formar uma estrutura estatal e a redigir uma nova constituição, acrescentando que Fidan irá a Damasco para discutir essa nova composição, sem fornecer uma data.

Ibrahim Kalin, chefe da agência de inteligência MIT da Turquia, também visitou Damasco no dia 12 de dezembro, quatro dias após a queda de Assad.

Durante anos, Ancara apoiou os rebeldes que buscavam destituir Assad e saudou o fim do brutal governo de cinco décadas de sua família após uma guerra civil de 13 anos. A Turquia também é residência de milhões de imigrantes sírios e espera que eles comecem a voltar para casa após a queda de Assad, além de prometer ajudar a reconstruir a Síria.

A visita de Fidan ocorre em meio aos conflitos no nordeste da Síria entre os combatentes apoiados pela Turquia e a milícia curda YPG, que encabeça as Forças Democráticas Sírias (SDF), aliadas dos EUA no nordeste, e que Ancara considera uma organização terrorista.

Entenda o conflito na Síria

O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad

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