Alunos indígenas de sete etnias concluem o ensino médio no AM em cerimônias de formatura


Formatura de 84 estudantes indígenas ocorreu em cerimônias realizadas em Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no interior do estado. Ao todo 84 alunos da região se formaram no ensino médio
Divulgação/Seduc
No Amazonas, 84 alunos indígenas de sete etnias concluíram o ensino médio. As formaturas ocorreram em duas solenidades: uma em uma escola no Distrito do Marauiá, em Santa Isabel do Rio Negro, e outra em uma escola estadual indígena no município de São Gabriel da Cachoeira, ambos no interior do estado.
A atividade que marcou o fim do ano letivo ocorreu na última quarta-feira (18) com a presença de autoridades locais e lideranças indígenas.
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A programação combinou uma formatura tradicional com rituais culturais do povo Yanomami. Os alunos das aldeias da região do rio Marauiá se reuniram nas aldeias Komixiwë e Curuá, em Santa Isabel do Rio Negro, onde receberam o diploma de conclusão do ensino médio e celebraram o momento com familiares e amigos.
Para o gestor da unidade escolar, Paulo Roberto de Souza, o momento foi de grande importância para os formandos, pois simboliza um passo crucial rumo ao ensino superior e a realização do sonho de muitos estudantes.
“Foi um momento de muita alegria e espiritualidade, um momento forte e marcante tanto para a escola quanto para o Xapono Yanomami”, ressaltou o diretor, destacando que o Xapono é como os Yanomamis chamam a aldeia, uma casa comunal permanente compartilhada por várias famílias”, explicou Paulo Roberto.
O diretor também destacou que o processo de educação desses alunos enfrenta o desafio da adequação do material pedagógico, uma situação que é superada pelo corpo docente, composto por 62 professores da etnia Yanomami e 10 não indígenas.
“Atualmente os livros que recebemos não atendem a nossa realidade Yanonami. Para suprir essa carência de material didático na língua estamos desenvolvendo um projeto interno chamado de Projeto Ihiru kë Yo (caminho da criança). Que uma coleção completa de material didático que atenda a matriz curricular do ensino básico indígena do nosso estado” destacou o gestor.
“Atualmente, os livros que recebemos não atendem à nossa realidade Yanomami. Para suprir essa carência de material didático na língua, estamos desenvolvendo um projeto interno chamado Projeto Ihiru kë Yo (Caminho da Criança), que visa criar uma coleção completa de material didático que atenda à matriz curricular do ensino básico indígena do nosso estado”, destacou o gestor.
Em São Gabriel da Cachoeira, a Escola Estadual Indígena Pamuri Maha Wii também realizou a colação de grau dos alunos. Na ocasião, houve ainda a formatura dos estudantes indígenas que participaram do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
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Educação estadual indígena
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc), a educação escolar indígena é oferecida por meio da Matriz Intercultural de Referência para as Escolas Indígenas desde 2015. Em 2024, cerca de 13 mil indígenas estão matriculados na rede estadual de ensino.
A matriz abrange, além das Escolas Estaduais Indígenas (EEIs), também as salas anexas de escolas indígenas e de escolas estaduais não indígenas, que oferecem ensino nas comunidades dos povos originários.
Na Seduc, a Educação Escolar Indígena é de responsabilidade da Gerência de Educação Escolar Indígena, que faz parte do Departamento de Políticas para Diversidade (DPDI).
Na solenidade indígenas realizaram rituais típicos da sua cultura
Divulgação/Seduc
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