Com ‘follow the money’, delegacia da PF em Campinas bate recorde de operações em 2024; entenda


Unidade deflagrou 72 operações no ano, com destaque para o combate a crimes financeiros e ao abuso sexual infantojuvenil. Alvo de operação chega à seda da PF em Campinas
Márcio Silveira/EPTV
A delegacia da Polícia Federal em Campinas (SP), responsável por 60 cidades da região, bateu recorde de operações em 2024, segundo dados divulgados pela corporação na terça-feira (24). Foram 72 neste ano, um aumento de 200% em relação a 2023. Veja no gráfico:
Segundo a Polícia Federal, a unidade de Campinas atuou com ênfase no seguintes crimes em 2024:
Crimes contra o sistema financeiro
Ocultação de capitais (lavagem de dinheiro)
Desvio de recursos públicos
Tráfico nacional e internacional de drogas
Abuso sexual infantojuvenil
Roubo de cargas
Crimes previdenciários
Crimes contra o meio ambiente
Follow the money
Ao g1, o delegado Edson Geraldo de Souza, chefe da PF na metrópole, destacou a atuação no combate aos crimes contra o sistema financeiro, com destaque para o uso do “follow the money” (siga o dinheiro, em português) nas investigações.
“Desde 2019, a principal reestruturação da Delegacia de Polícia Federal em Campinas foi para atuar efetivamente nos crimes financeiros, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro) e evasão de divisas, o que exigiu investimentos consideráveis em pessoal, estrutura física, treinamento e tecnologia, especialmente se considerado o incremento tecnológico do setor financeiro com o advento e massificação de fintechs e criptoativos”, explicou.
🔍 Follow the money: é a estratégia utilizada em investigações criminais que consiste em rastrear o dinheiro do crime e, assim, localizar os criminosos. Esse procedimento tem sido usado por polícias do mundo inteiro para combater crimes patrimoniais (roubos e golpes) e facções criminosas organizadas.
Polícia Federal de Campinas
Divulgação/Polícia Federal
A PF destacou que os crimes financeiros, embora pareçam distantes da população, têm um impacto importante. Além de proteger a população de golpes e fraudes, o combate a esse tipo de crime causa forte dano à estrutura, funcionamento e capacidade das organizações criminosas.
Uma das operações de maior destaque foi a concierce, que investigou uma organização criminosa, composta por sócios de fintechs, contadores e advogados, suspeita de ocultar do sistema financeiro brasileiro R$ 7,5 bilhões. Relembre o caso.
Abuso sexual infantojuvenil
A delegacia da PF de Campinas também teve forte atuação no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes. Veja números de 2024:
Operações: 21
Mandados de busca: 42
Prisões em flagrante: 17
Mandados de prisão: 13
“As ordens judiciais que autorizaram buscas e prisões estão baseadas em inquéritos policiais em andamento na Polícia Federal em Campinas, os quais têm por objetivo combater a exploração sexual de crianças e adolescentes, fazer cessar o armazenamento e compartilhamento de arquivos de pornografia infantojuvenil na Internet, verificar se os investigados tem envolvimento na produção desses arquivos com conteúdo de abuso sexual, bem como o resgate de vítimas”, explicou a PF.
Tecnologia e pessoal
PF cumpre mandados em Campinas (SP)
Polícia Federal/Divulgação
Segundo o chefe da PF de Campinas, a reestruturação da delegacia, a divisão em especialidades e o avanço da tecnologia permitiram que os policiais federais pudessem atender a demanda crescente de investigações e, assim, deflagrar o número recorde de operações.
“A Delegacia de Polícia Federal em Campinas passou por um estruturado programa de uso de recursos, especializações de grupos, readequações físicas e gerenciamento de processos. Isso proporcionou eficiência e celeridade no tratamento de denúncias, inquéritos e exames periciais”, contou Edson Geraldo de Souza.
O delegado afirmou ainda que a corporação, nacionalmente, também investiu em tecnologia e processos para aumentar a eficiência do trabalho dos policiais.
“Unidas, essas duas frentes (local e nacional) permitiram maior capacidade de processamento e diminuição de tempo entre uma operação e outra. Não se deve atribuir os números a aumento da criminalidade, mas à capacidade da instituição de responder ao crime”, declarou o chefe da delegacia.
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