Com nova tarifa, passagem do ônibus em Campinas é mais cara do que em 22 capitais e DF; compare


Bilhete Único Comum subiu de R$ 5,45 para R$ 5,70 a partir desta quarta (1º). Em comparativo, há capital em que o valor chega a ser R$ 2,21 mais barato que a metrópole do interior paulista. Veja relação. O novo valor da passagem de ônibus de Campinas (SP), que começou a valer nesta quarta-feira (1º), coloca a tarifa da metrópole do interior paulista entre as mais caras do país. O Bilhete Único Comum saltou de R$ 5,45 para R$ 5,70, em reajuste anunciado pela administração na segunda-feira (30).
📈 Um levantamento feito pela EPTV, afiliada da Rede Globo, comparou a tarifa da metrópole com o valor cobrado em cada uma das 26 capitais e Distrito Federal (DF), revelando que a passagem de Campinas é mais cara do que em 23 municípios avaliados.
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No comparativo, os preços das passagens de todas as capitais em janeiro de 2025 variam entre R$ 0,30 mais caro e até R$ 2,21 mais barato do que na metrópole. Confira todos os preços e as variações, abaixo:
Tarifas de Campinas X Capitais e DF
⬆️ Campinas tem a passagem R$ 1,30 mais cara que a capital paulista, e R$ 1,40 quando comparada com o Rio de Janeiro (RJ). A maior diferença foi registrada em Maceió (AL), calculando uma diferença de R$ 2,21, e em Rio Branco (AC), com R$ 2,20 a mais.
⬇️ A cidade continua com a tarifa mais barata que Porto Velho (RO), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), que estão cobrando R$ 6,00 de cada passageiro, R$ 0,30 a mais que Campinas. No início de 2023, as três já tinham valores mais altos. Em 2025, a capital mineira também subiu o preço, que está R$ 0,05 mais caro que a metrópole.
Valor do Bilhete Único Comum em Campinas (SP) saltou de R$ 5,45 para R$ 5,70
Victor Hugo Bittencourt/EPTV
Reajuste
Em nota, a administração municipal justificou que o aumento foi necessário por causa da variação do valor dos insumos, como combustível e mão de obra, o que impactou o custo operacional do sistema.
O governo municipal também defendeu que o reajuste das tarifas é menor que a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que foi de 9,78% no período de novembro de 2022 a novembro de 2024, quando não houve reajuste. Veja os novos preços, abaixo ⬇️

A última vez que o valor da passagem sofreu um reajuste foi em janeiro de 2023. Segundo a administração municipal, os valores atuais serão válidos para recargas e compras de crédito realizadas até esta terça (31), que vão valer por um ano.
A frota do transporte público coletivo de Campinas conta com 1.010 ônibus, distribuídos em 233 linhas. Em novembro, segundo a prefeitura, foram transportados uma média de 445 mil passageiros por dia útil.
VEJA MAIS EM: Tarifa dos ônibus metropolitanos na região de Campinas sobe a partir do dia 6
Licitação
Ônibus do Corredor BRT Campo Grande, em Campinas (SP)
Prefeitura de Campinas/Divulgação
Campinas iniciou o novo ciclo da licitação do transporte público da metrópole, após o edital ter sido considerado deserto no ano passado. Atrasado desde 2020, o processo passou por uma sequência de 11 audiências públicas em dezembro para apresentar à população o modelo da concessão, receber sugestões e, depois, ser publicado novamente.
A nova licitação do transporte público de Campinas manteve a duração do edital anterior, de 15 anos, prorrogáveis por mais cinco, e terá a operação dividida em dois lotes, sendo o primeiro das regiões Norte, Oeste, Noroeste, e o segundo para as regiões Leste, Sul e Sudoeste.
De acordo com a administração municipal, a frota de ônibus elétricos tem previsão de 60 veículos – sendo que o número tem crescimento escalonado entre o primeiro e o sexto ano. Ou seja, dez carros por ano.
Além disso, há a possibilidade de ampliar a frota eletrificada, com financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ter mais 256 ônibus elétricos.
🚌 Veja o que mais o edital prevê:
👉 Ônibus novos, mais confortáveis, silenciosos e menos poluentes;
👉 Mais informação para os usuários, confiável e em tempo real;
👉 Serviço com menos tempo de espera nos pontos, estações e terminais;
👉 Viagens mais rápidas;
👉 Frota do sistema BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, na sigla em inglês) integrada ao sistema e moderna;
👉 Veículos com ar-condicionado, Wi-Fi, tomadas com conexão USB, câmeras CFTV, GPS e terminal de computador de bordo.
Estação do Mário Gatti
Emdec
Segundo o Executivo, as próximas etapas do processo de licitação, além de incorporar as sugestões das audiências e disponibilizar os documentos para consulta, são “a criação do modelo de gestão da bilhetagem, ajuste e atualização do projeto básico e abertura das propostas”.
Histórico
Inicialmente prevista para março de 2016, a nova licitação é aguarda porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE) avaliou como irregular a concorrência de 2005. Segundo o tribunal, as empresas não poderiam ter passado pelo sistema de avaliações técnicas dentro da licitação de preços. A definição do novo contrato virou uma “novela”. Relembre abaixo.
Em maio de 2023, o TCE-SP determinou a reformulação do edital com correções de 14 itens para o processo ser retomado. À época, o voto do conselheiro Dimas Ramalho, relator da matéria, dizia que os ajustes eram necessários para manter a competitividade.
O processo chegou a ser interrompido pelo próprio tribunal em 1º de março de 2023, após contestação pelo sindicato das empresas do segmento (Setcamp).
O pedido do TCE-SP foi acatado pela administração municipal e o edital reformulado foi publicado no dia 14 de julho. Os estudos para adequações foram realizados pela Emdec e secretarias de Transporte, Administração e Justiça, com apoio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em 19 de setembro de 2023, o TCE-SP negou pedido para suspensão do processo licitatório reivindicado novamente pelo sindicato das empresas. A entidade alegou que parte dos itens não teria sido corrigida pela administração municipal.
Entretanto, em 20 de setembro, houve abertura dos envelopes, mas nenhuma proposta foi apresentada e a licitação foi considerada deserta.
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