Cinco novos projetos de assentamento foram criados no Acre em 2024, aponta levantamento do Incra


Além de representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), esteve presente para a apresentação de resultados, o presidente da Agência Nacional Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), Jorge Viana. Projetos de criação de assentamentos foram criados em 2024 no Acre
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Cinco novos projetos de assentamento com capacidade para até cinco mil famílias foram criados no Acre em 2024, segundo um balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
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Os números foram apresentados na última segunda-feira (30) pelo presidente do órgão, Márcio Alécio. Na ocasião foram apresentados ainda projetos para os próximos anos no estado.
“[Para 2025] nós temos programado de oito a 10 [novos assentamentos] e até 2026 são 20 projetos de assentamento programados a serem criados. Nós arrecadamos mais de 100 mil hectares [de terra], que serão destinadas prioritariamente para regularização fundiária e para criação de novos projetos de assentamento”, anunciou ele.
Em abril deste ano, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, esteve no Acre e anunciou o lançamento de R$ 30 milhões em créditos do Incra para 2024 e a criação de novos assentamentos que deveriam instalar 1,2 mil famílias no interior do estado. Os assentamentos criados em 2024 foram, segundo Alécio, viabilizados através desses recursos.
Presidente do Incra, Márcio Alécio, apresentou os principais resultados do órgão em 2024 no Acre
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O presidente do Incra ressaltou que os contemplados com os projetos além de ter a sua documentação regularizada, poderão ter acesso a várias políticas públicas, o que deve ajudar no desenvolvimento de suas áreas.
“Esse é o nosso compromisso, continuar trabalhando muito para o fortalecimento da agricultura familiar, para a gestão das terras, para regularização. Iniciamos processos de georreferenciamento muito importantes, isso vai permitir a titulação definitiva de famílias a partir do ano que vem e até 2026, e temos trabalhado muito”, afirmou.
Presente na reunião, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, declarou que os projetos de assentamentos criados em 2024 são uma grande conquista, já que há anos não eram feitos no estado.
“O que me preocupava muito é que há 8 anos não se criava projeto de assentamento no Acre. E o número de famílias precisando de uma terra para plantar, para pôr comida na mesa de quem vive nas cidades, nunca para de crescer, porque tem os filhos que agora vem e essa paralisia foi muito ruim”, afirmou ele.
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De acordo com Alécio, foi feito um planejamento participativo, da equipe técnica do órgão, junto com os movimentos sociais, para que seja atendida as demanda da comunidade agrícola do Acre.
“Estamos muito esperançosos e otimistas. A partir do momento que a reforma agrária, que a agricultura familiar, ela se estabelece, se fortalece, o nosso estado se desenvolve. A nossa meta até 2026 é contemplar cerca de cinco mil famílias no Acre”, anunciou ele.
O presidente da Apex afirmou que o Incra estava em um momento complicado em anos anteriores e comemorou o que ele classificou como retomada dos investimentos no órgão.
“O Incra está dando dinheiro para as pessoas fazerem sua casa, que é o crédito de instalação. A gente tem áreas sendo demarcadas, áreas sendo arrendadas e projetos novos começando. E isso são as políticas públicas que trazem. O Acre vive uma situação muito crítica do ponto de vista econômico, e com a chegada do presidente Lula a gente está vendo as estradas sendo recuperadas”, finalizou.
Incra apresenta projetos de 2024 no Acre
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Cheia
Jorge Viana comentou sobre a questão climática do estado que em poucos meses viveu secas severas e enchentes devastadoras no último ano, que são objeto de preocupação dos produtores rurais.
“Com a crise climática, agora a gente vive a ameaça dos eventos climáticos extremos o ano inteiro. É seca, é cheia. Antigamente, quando estava um mundo mais equilibrado, mais sustentável, a cada 10 anos, 15 anos tinha uma cheia. Agora os governantes têm que estar preparados todo ano e os planos de contingência, os projetos de apoio às famílias têm que ser também elaborados todo ano”, expôs ele.
O presidente da Apex expressou preocupação com o período de cheia já que o Rio Acre continua subindo e citou que o eventos extremos são uma consequência do modelo econômico insustentável de produção e consumo que o mundo está experimentando.
“O que é lamentável é que pararam de construir casas e tirar pessoas de áreas de risco. Mas eu diria que nós vamos ter que nos preparar para sermos solidários e termos propostas para o agricultor, ribeirinho e para quem vive na cidade, porque os eventos climáticos não são só aqui no Acre ou no Brasil, é no mundo inteiro. O desafio é lutar para ver se a gente mitiga ou diminui os efeitos do clima”.
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