Israel considera limitar ajuda humanitária a Gaza após posse de Trump, diz fonte

Israel está considerando limitar a ajuda humanitária para a Faixa de Gaza depois que Donald Trump assumira Presidência dos Estados Unidos no final deste mês, de acordo com uma autoridade israelense.

A medida, ainda segundo essa fonte, seria uma tentativa de privar o Hamas de recursos.

Desde 7 de outubro de 2023, Israel faz ataques na Faixa de Gaza, afirmando que tem como alvo o Hamas. Entretanto, o governo de Benjamin Netanyahu diz que o grupo radical mantém a capacidade de governar por meio da apreensão de ajuda humanitária.

“A ajuda humanitária não está chegando às mãos certas”, alegou a autoridade, que acrescentou que essa é uma das “várias” opções que estão sendo consideradas.

Organizações de ajuda têm consistentemente pedido pelo aumento na quantidade de ajuda humanitária permitida em Gaza, alertando por meses sobre o risco crescente de fome para civis.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) afirmou na terça-feira (31) que 2.205 caminhões de ajuda entraram no território no mês de dezembro, excluindo veículos comerciais e combustível.

Israel contestou esse número, pontuando que não há limite para a quantidade de ajuda que pode entrar em Gaza e que mais de 5.000 caminhões entraram ao longo do mês, de acordo com uma declaração da Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), que gerencia o fluxo de ajuda.

Autoridades da ONU pontuam que o número de caminhões que entravam em Gaza antes da guerra era de aproximadamente 500 por dia, ou 15 mil por mês.

Estima-se que 91% dos 2,1 milhões de moradores do território estejam enfrentando altos níveis de insegurança alimentar aguda, de acordo com o OCHA.

Governo dos EUA enviou carta a Israel com exigências

Em outubro do ano passado, menos de um mês antes da eleição presidencial dos EUA, o governo Biden enviou uma carta ao governo de Israel exigindo que ele agisse para melhorar a situação humanitária em Gaza dentro de 30 dias.

Se isso não ocorresse, correria o risco de violar as leis dos EUA que regem a assistência militar estrangeira.

A lista de demandas incluía permitir que pelo menos 350 caminhões entrassem por dia em Gaza enquanto implementavam pausas de combate para aumentar o fluxo e a segurança de comboios e ações humanitárias.

Uma semana depois que Trump venceu a eleição e o prazo expirou, o governo Biden avaliou que Israel não estava bloqueando a ajuda, apesar das principais demandas contidas na carta permanecerem sem atendimento.

O Departamento de Estado americano disse que, embora mudanças fossem necessárias, havia sido feito progresso — então não haveria interrupção no fornecimento de armas dos EUA.

Na sexta-feira, a pasta notificou informalmente o Congresso que pretende vender US$ 8 bilhões em armas para Israel, destacaram uma autoridade dos EUA e outra fonte familiarizada com o assunto à CNN.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.

O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Israel considera limitar ajuda humanitária a Gaza após posse de Trump, diz fonte no site CNN Brasil.

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