Após investimentos de R$ 3 bi, Grupo Edge vai construir duas fábricas no Brasil

O Grupo Edge, um dos maiores conglomerados de indústria de defesa do mundo, pretende dar sequência ao trabalho “estratégico” iniciado no Brasil nos últimos anos e vai construir duas fábricas em território nacional.

A empresa, que tem sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, já investiu cerca de R$ 3 bilhões no Brasil.

Além de parcerias na área de segurança pública com o estado de São Paulo, em 2024 o grupo adquiriu 51% da empresa brasileira Condor Tecnologias Não Letais, uma das principais produtoras mundiais de gás lacrimogêneo, munição de borracha, granadas de fumaça e produtos relacionados.

Em setembro de 2023, o conglomerado anunciou a aquisição de 50% da brasileira SIATT, empresa especializada em armas inteligentes e sistemas de alta tecnologia.

Em entrevista à CNN, o CFO do Grupo Edge, Rodrigo Torres, explicou as ambições da empresa emirati para o Brasil em 2025, que inclui a construção de duas fábricas e parcerias com universidades.

“Para 2025, seguimos com a mesma prioridade. O Brasil continua sendo extremamente estratégico. Vamos inaugurar a fábrica da SIATT, que já está em construção, em São Paulo, onde vamos contratar mais de 300 pessoas. Vai ser um centro tecnológico como o Brasil nunca pensou antes”, disse o executivo.

Além da nova fábrica de explosivos em Caçapava, será construída uma nova sede para a SIATT em São José dos Campos.

“A ideia é ter essa produção local de mísseis, para podermos exportar para o mundo todo, principalmente para Ásia e África”, disse.

No caso da Condor, as obras ainda não foram iniciadas, mas o foco também é a exportação. A empresa de tecnologias não letais já conta com uma fábrica no Rio de Janeiro. A segunda, que deve ser em São Paulo, terá foco na produção de novas tecnologias, como câmeras corporais e sensores.

“O foco é desenvolver, produzir e exportar a tecnologia. Muito provavelmente também será em São Paulo. Essa nova fábrica, será um pouco diferente da fábrica que a Condor já tem no Rio. Nessa o foco será em produzir tecnologias, como câmeras corporais e sensores. Vamos tentar migrar a Condor um pouco do convencional para o tecnológico”, afirmou.

Outra novidade para 2025 é a busca por parcerias com universidades brasileiras, visando atrair mão de obra local, especialmente na área de tecnologia.

Essa estratégia é amplamente adotada por empresas de países desenvolvidos, que buscam a mão de obra diretamente na fonte, integrando a academia ao setor produtivo.

“A ideia é contatar universidades estratégicas no âmbito da tecnologia, para fazermos essas parcerias. É uma maneira inteligente também de aprendermos como empresa o que as novas mentes estão pensando”, disse Rodrigo.

Instituições como PUC, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) estão entre as interessadas.

Continuar as parcerias com as forças armadas também está nos planos da empresa para 2025. Em novembro, o Grupo Edge e a Marinha assinaram um acordo de colaboração para o desenvolvimento de sistemas autônomos de defesa aérea e de superfície.

“Estive na Marinha no final do ano e foi reafirmado o comprometimento para trabalharmos juntos. Com os conflitos que acontecem agora ao redor do mundo, vemos a importância de termos soluções antidrone. Um drone de US$ 10 mil pode causar milhões em dano. Isso precisa ser olhado com carinho”, concluiu.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Após investimentos de R$ 3 bi, Grupo Edge vai construir duas fábricas no Brasil no site CNN Brasil.

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