Inflação foi “calcanhar de Aquiles” para governos em 2024, diz especialista ao WW

A inflação, que se mostrou um desafio significativo para diversos governos em 2024, pode continuar sendo um obstáculo crucial para a economia global em 2025, segundo análise de Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group.

Em entrevista ao programa WW da CNN Brasil desta segunda-feira (6), Garman delineou um cenário complexo para o próximo ano.

O especialista destacou duas vertentes principais que devem moldar o panorama econômico e geopolítico em 2025.

Por um lado, Garman aponta para um enfraquecimento da ordem institucional global, com países adotando posturas mais introspectivas e uma diminuição na cooperação internacional.

O conceito de “G0” e suas implicações

Garman introduziu o conceito de “G0”, cunhado por Ian Bremmer, chefe da Eurasia Group, que contrasta com as conhecidas estruturas do G7 e G20.

O “G0” representa uma arquitetura institucional global sem uma liderança clara, refletindo a fragmentação das relações internacionais.

A inflação persistente em 2024 já teve consequências políticas significativas, com vários governantes pagando um alto preço nas urnas devido ao aumento do custo de vida.

Garman cita como exemplo a derrota dos democratas nos Estados Unidos e as dificuldades enfrentadas por Justin Trudeau no Canadá.

Perspectivas para 2025: Trump e o protecionismo

Olhando para 2025, Garman expressa preocupação particular com a possibilidade de um novo governo Trump nos Estados Unidos.

Ele antecipa que uma administração Trump poderia implementar uma nova rodada de políticas protecionistas, incluindo tarifas comerciais mais altas e deportações em massa de imigrantes ilegais.

Essas medidas, segundo o analista, poderiam resultar em menor crescimento global, inflação mais elevada e taxas de juros mais altas.

“A inflação pode permanecer resiliente e um desafio para o crescimento global em 2025”, afirmou Garman.

A análise de Garman sugere que os desafios econômicos enfrentados em 2024 podem não apenas persistir, mas potencialmente se intensificar no ano seguinte, especialmente se houver mudanças significativas na política comercial dos Estados Unidos.

Este cenário apresenta riscos consideráveis para a estabilidade econômica global e para as estratégias de recuperação pós-pandemia de muitos países.

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