Tentativas de feminicídio crescem 214% no Paraná

Tentativas de feminicídio crescem 214% no Paraná

O número de tentativas de feminicídio aumentou 214% no Paraná. Segundo o LESFEM (Laboratório de Estudos de Feminicídios) da Universidade Estadual de Londrina, em 2023 foram 62 registros e no ano passado 142.

As mortes por razões da condição do sexo feminino, em contextos de violência doméstica ou de gênero, cresceram 7,5% no Estado. No ano passado foram 142 registros. A coordenadora do laboratório, Silvana Mariano, explica que o aumento pode ser um indicativo do crescimento da violência e o entendimento das autoridades em classificar esse tipo de crime.

O feminicídio íntimo é o mais predominante. Ele decorre da violência doméstica, na maioria das vezes praticada em âmbito familiar, por alguém conhecido. Na sequência, aparece o feminicídio não íntimo, que acontece quando uma mulher é morta sem que exista qualquer relação afetiva ou familiar. Segundo a pesquisadora, mulheres adultas com filhos são as principais vítimas.

Para a coordenadora do estudo, o País tem avançado no plano da punição, mas a prevenção do crime e a restituição dos direitos das mulheres e famílias atingidas pelo feminicídio também precisam melhorar.  

Até o ano passado, o feminicídio era considerado uma qualificadora do homicídio doloso. Agora, ele é um crime autônomo no Código Penal com pena de 20 a 40 anos de reclusão. Segundo o governo federal, o objetivo da mudança foi facilitar a classificação do crime e permitir que o feminicídio tenha circunstâncias qualificadoras.

Reportagem: Mirian Villa

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