Após incêndio em ambulatório, HC-UFU passará por nova vistoria


A determinação é do juiz Osmane Antônio dos Santos após ouvir relatos do que ocorreu no dia 14 de julho, quando a ala do hospital foi atingida por chamas. Nesta terça (30), o assunto era debatido durante audiência, que discutia o plano de prevenção a incêndios no hospital. Incêndio atinge Pronto Socorro do HC-UFU
A audiência que discutia o plano de prevenção a incêndios no Hospital de Clínica da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foi suspensa na tarde desta terça-feira (30) após o Juiz Osmane Antônio dos Santos, da 1ª Vara da Justiça Federal, instruir que o Corpo de Bombeiros realize vistoria completa nos prédios da unidade.
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Segundo o procurador da República, Cleber Eustáquio Neves, o relato do sargento do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Mourão, foi decisivo para a suspensão da audiência. Ele foi um dos militares que combateram o incêndio registrado na noite de 14 de julho no ambulatório de pediatria, e afirmou que o fogo poderia causar um estrago maior,
De acordo com o militar, a equipe de funcionários do hospital não sabia como utilizar os extintores de incêndio. Além de não conseguirem controlar as chamas, devido ao uso incorreto dos equipamentos, alguns funcionários tiveram intoxicação pela inalação do pó químico que compõe o extintor.
Outro fator que aumenta o risco em situações assim no HC-UFU é a falta de hidrantes.
Cleber Eustáquio afirmou, ainda, que antes mesmo da realização da audiência, o HC-UFU e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela administração da unidade, conseguiram um prazo de até 6 meses para a regularização de itens de combate a incêndio de todo o prédio.
O que dizem os envolvidos
Em nota, o Batalhão do Corpo de Bombeiros de Uberlândia informou que o relatório será confeccionado pela Companhia de Vistoria e Prevenção depois de uma visita ao HC-UFU, com o intuito de aprimorar as condições de segurança e a prontidão dos brigadistas do hospital.
A Ebserh, por sua vez, disse que a vistoria será agendada nos próximos dias para verificar os avanços na execução das intervenções do Plano de Combate à Incêndio e Pânico na unidade hospitalar.
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Relembre
O consultório do ambulatório de pediatria que fica no Pronto Socorro do HC-UFU foi atingido por um incêndio na noite de 14 de julho, quando o local estava vazio. Na ocasião, ninguém ficou ferido.
Antes da chegada do Corpo de Bombeiros, dois funcionários do HC-UFU tentaram combater o fogo, mas depois precisaram receber atendimento médico devido à inalação do pó químico dos extintores. Pacientes precisaram ser retirados do prédio.
No dia seguinte ao incêndio, a assessoria da Ebserh informou ao g1 que o incêndio foi provocado por curto-circuito em monitores de backup e que as causas seriam apuradas.
Segundo os bombeiros, a área do hospital que foi tomada pelo fogo foi isolada. Cerca de 20 extintores de incêndio foram necessário para combater as chamas.
“Quando chegamos no Pronto Socorro, fizemos uma varredura no local e não houve nenhuma vítima. O fogo ficou concentrado na sala em que os materiais eletrônicos que deram origem ao incêndio estavam e, devido ao material, mesmo após o combate do fogo, as chamas persistiam”, contou o sargento Rodrigo Mourão.
Foco do incêndio no consultório
g1
“Tragédia anunciada”
Em junho de 2023, uma ação civil pública, com pedido de liminar, foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a União, a UFU e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) devido a irregularidades no projeto de segurança contra incêndio e pânico no HC-UFU.
De acordo com o MPF, as falhas foram constatadas em diversas vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros. O órgão ainda pede o pagamento de dano moral coletivo pela não disponibilização de condições adequadas de segurança no hospital.
Ainda conforme o Ministério Público, em vistorias anteriores dos bombeiros, já houve aplicação de multa após irregularidades constatadas, entre elas:
Inadequação de saídas de emergência;
Falta de sinalização adequada;
Extintores de incêndio vencidos;
Hidrantes inoperantes;
Inexistência de alarme e de sistema de detecção de incêndio.
Pacientes precisaram ser levados para fora do prédio
Kleyton Guilherme/TV Integração
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