“Tratados como animais”, dizem palestinos libertos de prisão israelense

Prisioneiros palestinos libertados como parte do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns relataram no domingo (20) que foram mantidos em condições horríveis de uma prisão israelense na Cisjordânia ocupada.

Ônibus transportando 90 palestinos libertados da Prisão de Ofer foram recebidos por grandes multidões, aplaudindo e agitando bandeiras, com vídeos mostrando cenas de alegria e reencontros emocionantes enquanto abraçavam suas famílias.

“Eu deixei o inferno e agora estou no céu, estamos fora de lá”, disse o preso libertado Abdelaziz Atawneh à Reuters.

“Eles costumavam nos violar, nos bater, atirar gás lacrimogêneo em nossa direção. Eles costumavam nos contar enquanto nossas cabeças estavam abaixadas no chão. De repente, eles entravam nas celas e atiravam gás em nossa direção. Eles dizem palavrões para nós. Não há comida, nem doces, nem sal. Não há nada”, relembrou.

Espera-se que Israel liberte quase dois mil prisioneiros palestinos nas próximas seis semanas durante a primeira fase da resolução.

A maioria das pessoas soltas no domingo eram mulheres e adolescentes.

“Liberdade, liberdade, costumávamos ver o céu por meio de pequenos quadrados. Eu costumava dizer que espero ver o céu sem esses quadrados”, contou a prisioneira libertada de 18 anos, Rose Khwais, à Reuters.

Khwais afirmou que os guardas da prisão israelense tratavam os presos palestinos “como animais”.

“Saímos das celas como galinhas e depois fomos devolvidos a elas”, exclamou.

Atawneh finalizou dizendo, “não nos trataram bem, não havia boa comida, nenhum tratamento médico. Eu tinha sintomas de derrame, líquido ao redor do coração e também pressão arterial (problemas). Eu não tinha medo das doenças, estava preocupado de que minha família soubesse que eu estava doente.”

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Tratados como animais”, dizem palestinos libertos de prisão israelense no site CNN Brasil.

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